Santo António de Lisboa é o bairro mais português de Floripa. Fundado em 1698, é dominado pela Igreja de Nossa Senhora das Necessidades, “uma das mais belas expressões do barroco no Brasil”. A marginal de empedrado, que o liga ao bairro de Sambaqui, de onde sobressai uma linha de casas de arquitectura portuguesa, está cheia de restaurantes, lojas de artesanato e ateliers de artistas locais.
O Rosso, restaurante de referência na Ilha, que consagrou Alysson Mueller, como um dos mais conceituados chefs brasileiros, é um espaço acolhedor e confortável, com um terraço encantador sobre o mar. “Minha ideia é que esse seja um espaço rústico, madeira crua, chão de conchinha e bom serviço. Nada de sofisticado. Um espaço gostoso para saborear a beira-mar, sem terno e gravata, de camiseta e chinelo havaiana.” Explica Alysson, nascido em Biguaçu, do outro lado da ilha, filho de donos de restaurante, que cedo aprendeu a lidar com comida. “Não faltava comida na minha casa, mas era sempre aquela comida básica dos brasileiros: arroz, bife, batata frita, feijão, enfim… mas eu me comecei a interessar por coisas novas.” Daí a dar asas à sua paixão foi um passo. Trabalhou em diversos restaurantes até decidir abrir o seu próprio espaço, onde a influência da gastronomia lusitana marcou a diferença.
O polvo foi o motor do sucesso e ainda hoje é a imagem de marca do Rosso. “Estou vendendo uma média de 900 kg de polvo por semana! A Forbes fez uma reportagem muito legal, dizendo que eu era o rei do polvo, eles até vieram aqui para investigar.” De facto, o polvo é sublime, acompanhado por um puré de mandioquinha de fazer crescer água na boca. As ostras ao natural obrigatórias em qualquer restaurante da ilha, também são excelentes, assim como o vinagrete de maçã verde com gorgonzola.
Hoje, Alysson, gere outros restaurantes em Floripa, mas o Rosso continua a ser a “menina dos seus olhos.”