Os Encontros Sonoros Atlânticos Francisco de Lacerda começam a sua 3.ª edição no sábado, com um concerto único nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, seguindo depois para São Jorge, ilha de onde é natural este importante compositor e maestro português, para um novo espectáculo e a ante-estreia do documentário sobre a sua vida e obra.
No sábado, pelas 18h00, o Quarteto Lisboa interpreta uma primeira parte dedicada às danças tradicionais, vistas pelos olhos contemporâneos de Fernando Lapa e Eurico Carrapatoso, e, na segunda, uma genealogia imaginária da Trova Portuguesa, de Francisco de Lacerda até alguns dos mais extraordinários trovadores da actualidade: Fausto, Janita Salomé e Amélia Muge – acompanhado pela voz deslumbrante da soprano Bárbara Barradas.
Em São Jorge, no Museu Francisco de Lacerda, na Calheta, é possível assistir, no dia 18, segunda-feira, às 18h00, à primeira ante-estreia do documentário “Francisco de Lacerda Ou a Fragueira ou Paris” e, no dia seguinte, na Fajã da Fragueira, ao já habitual concerto insular inaugural, às 18h30, pelo guitarrista Mário Delgado.
Neste invulgar e arrepiante local que são as ruínas da casa de Francisco de Lacerda, Mário Delgado levará o público numa viagem eclética pelas memórias do jazz, passando pelo rock e composições da sua autoria.
ajando em seguida para a Terceira, a 20 de Setembro, quarta-feira, há uma nova exibição do documentário de Luís Porto, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo e, no dia seguinte, 21, no Teatro Angrense, os Encontros Sonoros Atlânticos Francisco de Lacerda 2023 apresentam o projeto que une a cantora Rita Maria e o pianista Filipe Raposo. Uma incursão que proporciona diferentes caminhos para uma mesma viagem, relacionando duas músicas de tempos e geografias diferentes, o jazz e a música antiga.
Na sexta-feira, 22, na ilha de São Miguel exibe-se o documentário “Francisco de Lacerda Ou a Fragueira ou Paris“, no Conservatório de Ponta Delgada. No dia seguinte os Encontros Sonoros Atlânticos apresentam o primeiro concerto na ilha, em Ponta Delgada, na Escola Domingos Rebelo, pela Filarmónica Nossa Senhora das Neves e a soprano Beatriz Vasconcelos, para dar a escutar um programa dedicado a obras icónicas de Francisco de Lacerda, sob direção do maestro Hélio Soares.
Esta nova obra conta com a interpretação de Igor C Silva (guitarra eléctrica e electrónica), José Soares (saxofone) e João Miguel Braga Simões (percussão).
Luís Neto da Costa é um compositor que se dedica também à investigação, direcção e ensino. As suas obras abrangem instrumentos a solo, grupos de câmara e orquestra, incorporando frequentemente eletrónica para acrescentar novas dimensões.
No concerto de encerramento dos Encontros Sonoros Atlânticos 2023 serão ainda apresentadas novas adaptações para orquestra clássica de obras fundamentais do reportório orquestral de Lacerda, encomendadas pela AFL ao compositor Sérgio Azevedo, bem como obras de Vincent d’Indy e Lopes-Graça.
Criado pela Associação Francisco de Lacerda – A Música e o Mundo, as obras orquestrais submetidas a concurso são incentivadas a explorar uma relação com a vida e obra do compositor açoriano Francisco de Lacerda ou com os Açores.
Com programação pelo compositor Vasco Mendonça e promovido pela Associação Francisco de Lacerda – a Música e o Mundo, o ciclo Encontros Sonoros Atlânticos constitui-se como uma série de recitais em que obra do compositor, musicólogo e maestro açoriano Francisco de Lacerda (1869 – 1934) é o estímulo para a criação de novas peças musicais, em sintonia com os locais em que se apresentam.
ASSOCIAÇÃO FRANCISCO DE LACERDA – A MÚSICA E O MUNDO
Fundada em 2019 na Fajã da Fragueira, na ilha de São Jorge nos Açores, estimulada pelo percurso de vida do compositor Francisco de Lacerda e a sua atividade profissional na música até aos dias de hoje.
Definiu como objetivos da sua atividade, promover a preservação do património cultural dos Açores, a sua história, a educação pela arte através da música e o meio ambiente, a investigação nos legados culturais de personalidades ligadas à música, às artes performativas, às artes plásticas e literatura, além de conceber e realizar eventos culturais e espetáculos, estimulando a criação artística entre gerações de forma a criar conteúdos editoriais discográficos, literários e formatos audiovisuais.
Fonte:helena.marteleira