“Licença para Espiar”, de Carmen Posadas

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A Casa das Letras edita na próxima terça-feira, 8 de Julho, “Licença para Espiar”, da escritora urugauaia Carmen Posadas, romance sobre as mulheres que se dedicaram à perigosa arte da espionagem. Da bíblica Raabe, cuja intervenção foi decisiva para conquistar a Terra Prometida, à Balteira, a jogralesa galega que se viu envolvida em mil e uma intrigas durante o reinado de Afonso X por aqui passam muitas aventuras enfrentadas por mulheres ao longo dos séculos. 

Pela sua mão, ela que viveu em Moscovo na década de 70 e se cruzou com muitos espiões, conhecemos as singulares e temíveis envenenadoras da Índia, é-nos dado um ponto de vista insólito sobre o assassínio de Júlio César. Por estas páginas desfilam rainhas como Catarina de Médici e o seu Esquadrão Voador, aventureiras como a inevitável Mata Hari, mas também princesas que colocaram o seu talento ao serviço de Hitler.  Todas elas, e mais algumas cujos nomes não podem ser mencionados, compõem um livro que se lê como o melhor romance de aventuras e onde, uma vez mais, se demonstra que o talento feminino é inesgotável e não conhece limites.

«Sempre me considerei uma espia. Escrever é observar os outros através do buraco da fechadura, mas, além de ser a minha profissão, creio que também é a minha mais antiga ocupação. Quando penso em mim enquanto criança, vejo-me com cinco ou seis anos, agarrada aos balaústres da escadaria da nossa casa no Uruguai, esforçando-me por ver sem que me vissem. Eu designava esta operação por observar as pessoas grandes. Conto tudo isto para explicar que a razão de ser deste livro é o meu fascínio por aqueles que escolhem ver sem serem vistos. Sem serem vistas, deveria dizer-se, porque uma boa parte das vidas que vou recriar são femininas. Não porque pretenda contribuir para a inesgotável lista de romances de mulheres, para mulheres, sobre mulheres, mas porque penso que aquelas que ao longo da História se dedicaram a estas atividades fizeram-no de modo mais discreto (outro atributo essencial de qualquer bom espião) do que os homens e, não obstante, as suas conquistas são menos conhecidas. Porque se eles escreveram a História e mexeram destramente os cordelinhos, elas, pelo contrário, escolheram as artes não menos eficazes da astúcia.»
Carmen Posadas, na «Introdução»

Uruguaia de nascença, Carmen Posadas vive em Madrid desde 1965, embora tenha passado longos períodos em Moscovo, Buenos Aires e Londres, cidades onde o pai exerceu cargos diplomáticos. Começou por escrever para crianças e, em 1984, recebeu o Prémio do Ministério da Cultura espanhol para o melhor livro infantil desse ano. É também autora de ensaios, guiões de cinema e de televisão, de relatos e de vários romances, entre os quais se destacam Pequenas Infâmias, galardoado com o Prémio Planeta de 1998 – e objeto de críticas excelentes no The New York Times e no The Washington Post –, A Filha de Cayetana, A Mestre de Marionetas e A Lenda de La Peregrina. É ainda coautora, com o irmão Gervasio Posadas, do livro Hoje Caviar, Amanhã Sardinhas, um relato divertido das aventuras e desventuras da família Posadas. Traduzidas para trinta línguas, todas as suas obras têm tido um acolhimento internacional incomparável, por parte dos leitores e da imprensa especializada. Em 2003, a revista Newsweek aclamou Carmen Posadas como «uma das autoras latino-americanas mais relevantes da sua geração.

Fonte: LeYa

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