É já em Março, dia 13, que o Teatro do Bairro recebe a estreia absoluta de uma peça inédita e original.
Trata-se de uma criação da autoria de Carolina Serrão, com texto original de Carolina Campanela, que se junta às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril enquadrado na programação do Abril é Agora com apoio da Fundação GDA.
A peça, para maiores de 12 anos, tem a duração de 90 minutos e está em cena de 13 a 17 de março – quarta a sexta às 21h30, sábado e domingo às 18h.
Este espetáculo é sobre duas mulheres que também são atrizes. Atrizes e por vezes outras coisas… Mas podiam ser duas pessoas que acumulam dois trabalhos, duas pessoas que trabalham sete dias por semana, duas pessoas que vivem sem a garantia de ter dinheiro para assegurar as suas despesas básicas. Duas pessoas que não têm a segurança de um contrato de trabalho. O capital é, para estas duas mulheres, como para tantas pessoas, o grande ditador dos tempos modernos.
Neste ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril é premente repensar o significado da palavra liberdade, tantas vezes usada em sentidos tão diversos. Seremos efetivamente livres? Como questiona Angela Davis, “a ideia de liberdade é inspiradora. Mas o que isso significa? Se és livre em um sentido político, mas não tens comida, o que isso significa? A liberdade de morrer de fome?”
Celebremos Abril a questionar a liberdade que julgamos ter alcançado. Ainda há tanto por fazer.
SINOPSE
O texto conta a histórias de duas jovens mulheres feministas que dão os primeiros passos nas suas vidas pessoais e profissionais. Perante o constante estado de ansiedade em que se encontram, provocado pelas dificuldades da vida em conjunto, os baixos salários, a intermitência de ambos os trabalhos e o aumento desenfreado do preço das rendas, urge procurar soluções à altura destes desafios. É deste lugar que parte a comédia Feminismos. Citação.
Esta não é uma peça sobre mulheres “fortes”. Não é uma peça sobre mulheres “fracas”. Talvez nem seja uma peça sobre mulheres. Esta não é uma peça sobre feminismos, mas talvez seja uma peça feminista… Esta é uma peça sobre instabilidade. Talvez seja uma comédia sobre a vida quotidiana, sobre a tragicidade cómica do dia-a-dia, do pequeno, do quase invisível; daquilo que a todas as pessoas é comum em substância, mas que nos separa em quantidade: o dinheiro, o dinheiro, o dinheiro, sempre o dinheiro…. É também uma peça sobre a consciência de que nem tudo está conquistado, uma consciência apreensiva quanto às conquistas do amanhã.
FICHA ARTÍSTICA
Encenação: Carolina Serrão
Texto e Dramaturgia: Carolina Campanela
Interpretação: Andreia Galvão, Carolina Campanela, Catarina Marques Lima
Músicas: Andreia Galvão e Catarina Marques Lima
Cenografia: Carolina Serrão e Mariana Branco
Desenho de Luz: Rui Seabra
Design de Comunicação: Joana Tavares
Produção: Além Mundus
Apoio Financeiro: Fundação GDA, Abril é Agora
Apoios: Biblioteca de Marvila, Museu do Aljube, Câmara Municipal de Lisboa – Pólo Cultural das Gaivotas, Teatro do Bairro
13 a 15 de Março | 21:30
16 e 17 de Março | 18h00
TEATRO DO BAIRRO
Fonte: alemmundus