O olhar de Luís Pavão sobre uma Lisboa efémera

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No dia 1 de fevereiro, o Museu de Lisboa – Palácio Pimenta inaugura uma exposição temporária no seu Pavilhão Preto. «Lisboa Frágil» retrata uma cidade em mutação, entre o final da década de 1970 e o início dos anos 2000.

A primeira exposição temporária do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, em 2024, apresenta uma seleção de cerca de 120 fotografias do arquivo do fotógrafo Luís Pavão, que retratam costumes, ambientes e momentos da vida lisboeta, entre a década de 1970 e o início dos anos 2000.

«Lisboa Frágil. Fotografia de Luís Pavão» compreende 9 núcleos temáticos – O estúdio do fotógrafo; Lisboa à noite; Tabernas; Exteriores de Lisboa; O Jogo da Laranjinha; Jogos tradicionais; As casas de fado; Bailes e matinés; A véspera do 3.º milénio –, que privilegiam um diálogo íntimo entre vivências, em detrimento de uma cronologia rigorosa, estabelecendo uma narrativa fundamentalmente humana, próxima e familiar.

Entre encontros, figuras e paisagens, Luís Pavão procurava então «descobrir coisas que eram pouco conhecidas, pouco da minha esfera social, que estavam ali à minha beira mas nas quais nunca tinha reparado», como afirma o próprio.

O percurso da exposição começa no estúdio de Luís Pavão, um ambiente pessoal e recolhido onde tem início o processo de revelação e de arquivo. De entre equipamentos, materiais e provas, emerge, sala a sala, uma viagem por vidas que se desenrolam nos interstícios do espaço público e do espaço privado de uma Lisboa invisível, escondida na familiaridade de comunidades locais e regionais.

Partindo de um arquivo metodicamente construído ao longo da sua carreira, «Lisboa Frágil» evidencia o olhar inquiridor de Luís Pavão, bem como a sua vontade de documentar e inventariar uma Lisboa em extinção, que dava os primeiros passos em direção ao seu futuro.

Patente até ao dia 31 de março, a exposição será acompanhada de programação paralela conduzida pelo serviço educativo do Museu de Lisboa, que inclui atividades para os diferentes públicos e o lançamento da publicação que motivou a exposição. «Lisboa Frágil», publicação homónima, apresenta 302 fotografias a preto e branco de 8 das 9 temáticas exploradas na exposição, será editada pela Sistema Solar e apresentada ao público no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, em data ainda por definir.

Luís Miguel Segurado Pavão Martins (1954) formou-se em Engenharia Eletrotécnica, IST, Lisboa,1981 e concluiu o Master of Fine Art on Photography, Museum Studies, pelo Rochester Institute of Technology, em 1989. Trabalha como conservador de fotografia no Arquivo Municipal de Lisboa, desde 1991, e lecionou na ar.Co, em Lisboa, e no Instituto Politécnico de Tomar, entre 1990 e 2014. Em 1982 fundou a empresa Luís Pavão Limitada, especializada na conservação e digitalização de coleções de fotografia. De entre o seu trabalho editado, destacam-se as publicações «Tabernas de Lisboa» (Assírio e Alvim, 1981), «Fotografias de Lisboa à Noite» (Assírio e Alvim, 1983), «Lisboa, em vésperas do Terceiro Milénio» (Assírio & Alvim, 2002), «Fado Português» (EAR BOOKS, 2005), «Evora Urbe Aurea» (CM Évora, 2019) e «Pela fresca sombra das árvores de Lisboa» (CML, 2021).

 

Guitarra e violas em noite de fado amador no Ginásio Club de Alfama

 

 

Lisboa popular, fotografias realizadas entre 1984 e 1986

 

Casa Resina

 

Fonte: egeac.pt

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