"O Cancro é uma M*rda"

“O Cancro é uma M*rda”

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A Oficina do Livro edita na próxima segunda-feira, 9 de junho, “O Cancro é uma M*rda”, de Joana Gonçalves, com prefácio do jornalista Luis Pedro Nunes. Sem filtros e com uma honestidade avassaladora, a CEO da agência de comunicação Social Impact atira o verniz da positividade tóxica pela janela e partilha a sua experiência com o cancro de mama, diagnosticado em 2024.

“Eu não queria nada ser conhecida como a gaja do cancro, coisa que corre sérios riscos de acontecer quando se dá entrevistas em que só se fala sobre o assunto, mas, especialmente, quando se escreve um livro a contar a experiência como doente oncológico. E, no entanto, aqui estou eu, a partilhar em livro como foram aqueles meses em que vivi com cancro de mama. Continuo a não querer esse rótulo. Tal como continuo a acreditar que a doença não me define, não me ensinou nada nem me fez ser uma pessoa melhor.”

Longe de ser um conto de fadas cor-de-rosa, eis um relato visceral e sem rodeios da montanha-russa emocional e física que a doença impõe. Com uma voz que alterna entre o sarcasmo afiado e a vulnerabilidade crua, Joana desmistifica a jornada do paciente oncológico e desconstrói a ideia romantizada de «guerreiro» do cancro. Não se apresenta como heroína, mas como uma mulher real, que navega pelo labirinto de diagnósticos, tratamentos excruciantes e os incontáveis «efeitos secundários» que ninguém te prepara verdadeiramente para enfrentar, oferecendo uma perspetiva autêntica e, por vezes, bem-humorada sobre a luta contra a doença. Joana não tem medo de usar a palavra «merda» porque, muitas vezes, é exatamente isso que o cancro é. Mas, no meio da adversidade, encontra uma teimosa capacidade de seguir em frente.

“O Cancro É Uma M*rda” é um companheiro honesto para quem está a viver a doença, para os que amam quem a está a viver, e para todos os que procuram uma perspetiva real e sem floreados sobre o que significa enfrentar um dos maiores desafios da vida. Com prefácio do jornalista Luís Pedro Nunes, que partilha a sua visão como companheiro durante a jornada de Joana, neste livro é celebrada a resiliência humana, temperada com a dose certa de humor negro e uma honestidade que desarma.

“Se há mulheres que, ao lerem o que escrevo, conseguem preparar-se melhor para o que pode vir aí, ótimo. E se depois as coisas correrem melhor do que imaginavam, melhor ainda. A maior parte das pessoas não desenvolvem uma hepatite tóxica. Mas algumas sim. A maior parte das pessoas em tratamento não ficam a ver tudo turvo durante horas. Mas algumas, como eu, podem ficar. E quem está a fazer tratamentos devia saber que isso pode acontecer.”

“O cancro foi uma provação. Não podemos deixar que uma doença nos defina, que passemos a ser essa doença — mesmo que se saiba que ela estará a pairar. Mas, como humanos, sabemos não só da inevitabilidade da morte como da possibilidade de a tragédia acontecer a qualquer momento. É a nossa vantagem e desvantagem como seres cientes. O livro descreve o modo como a Joana encarou a viagem. E também como quem a seu lado foi sendo enrolado na onda. É inevitável.”
LUÍS PEDRO NUNES in Prefácio

“Aquela menina de olhos arregalados, transbordantes de admiração e carinho, tímida, educada e discreta crisálida, metamorfoseou-se numa esplendorosa borboleta. O encantamento que sempre emanou é agora um laço de amizade robusto, e as suas asas pintadas pela vida aprenderam a vibrar com uma intensidade que move montanhas. O seu poder mágico é apenas eclipsado pela corrente ciclónica que, com bravura, afastou a doença, a depressão e a angústia. Anseio pelos novos capítulos e pela confirmação da teoria de Edward Lorenz, na qual “um simples bater de asas no Brasil pode desencadear um tornado no Texas”. Pelo sim pelo não, já comprei umas barbatanas, um escafandro e passagens para Austin.”
HERMAN JOSÉ

Joana Gonçalves nasceu em Lisboa em 1987 e é CEO da agência de comunicação Social Impact. Vive entre campanhas, briefings e brainstorms, mas prefere cavalos a powerpoints e sacos de boxe a reuniões de Zoom. Apaixonada por viagens, bons restaurantes com amigos e pelo seu cão (que trata como gente), Joana tem um talento especial para rir nas piores alturas — e para dizer as coisas como são. Em 2024, foi diagnosticada com cancro da mama. Não quis fazer de conta que estava tudo bem. Este livro é o resultado disso: um grito, um desabafo e um dedo do meio bem erguido ao cliché da guerreira cor-de-rosa. Adora o Herman José desde sempre, não confia em quem não tem sentido de humor e namora com o Luís Pedro Nunes, o que prova que tem uma resistência emocional acima da média.

 

Fonte: Laya

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