No dia 18 de março chega à Filmin a série americana Monsieur Spade, uma produção do AMC criada por Tom Fontana (Oz) e Scott Frank (Gambito de Dama), que também realiza os seis episódios. Clive Owen (Children of Men, Closer ) interpreta o detetive Sam Spade, numa história passada em Bozouls, França, 20 anos depois dos acontecimentos em que Spade, então interpretado por Humphrey Bogart, esteve envolvido no filme O Falcão Maltês (John Huston, 1941), a mais famosa adaptação cinematográfica da personagem criada por Dashiel Hammett.
O ano é 1963, e o lendário detetive Sam Spade desfruta da sua reforma no sul de França. Ao contrário dos seus dias como detetive privado em São Francisco, a vida de Spade em Bozouls é agora tranquila e pacata. Mas o rumor do regresso do seu velho adversário mudará tudo. Seis freiras foram brutalmente assassinadas no convento local. Enquanto a aldeia chora as perdas, segredos vêm à tona e novas pistas começam a surgir.
Quando a história começa, os médicos pedem-lhe para deixar de fumar. E ele não usa chapéu, não usa casaco, nem sequer anda armado. Vive apenas uma vida muito calma. É assim que Scott Frank apresenta Sam Spade nesta série que se apropria e tenta modernizar um ícone do género noir profundamente enraizado na sociedade e na masculinidade da primeira metade do século XX. “Hoje em dia, há muito a dizer sobre os homens brancos de meia-idade: os maus modelos e os possíveis novos modelos. Pensei em tipos como Humphrey Bogart, Sam Spade ou Philip Marlowe: o que lhes acontece à medida que envelhecem? explica Frank.
A série beneficia do que é possivelmente o melhor desempenho de Clive Owen nos últimos anos. O ator não hesitou nem por um momento em aceitar o papel do Sam Spade do crepúsculo quando foi abordado: “Sou um grande fã do género. Sou um grande fã de Bogart e sou um grande fã de Spade. E sou fã do Philip Marlowe de Raymond Chandler, por isso todo esse mundo é muito excitante para mim. E depois junta-se o Scott Frank, que considero um dos melhores argumentistas que existe. Li vários dos seus guiões ao longo dos anos e sempre o tive em grande consideração, admite o ator, que brincou com o realizador e o argumentista sobre esta versão mais terna e empática de Sam Spade: Tivemos uma piada com o Scott durante as filmagens. Disse-lhe que me tinha enganado porque este não era o Sam Spade com o chapéu, a arma e o casaco de que todos nos lembrávamos.
A mudança de Sam Spade para França, na década de 1960, é muito mais do que uma reviravolta pitoresca para filmar belas imagens no país. O impacto da Guerra da Argélia na sociedade francesa da altura desempenha um papel importante no enredo. Como explica Clive Owen: É muito real e faz parte da história francesa, e dá-nos uma base muito sólida. É algo que afectou profundamente muitas das personagens da história e ajuda a que a história ressoe. Frank acrescenta: Está relacionado com uma crise de identidade francesa. Enquanto na Segunda Guerra Mundial, os bons e os maus da fita, a razão da luta, tudo isso era claro para toda a gente, a guerra da Argélia foi algo diferente. Foi como o Vietname, para os americanos. Só que os franceses não falam da guerra da Argélia da mesma forma que nós falamos do Vietname.
A série está disponível na Filmin a partir do dia 18 de março.
Fonte: Filmin