DESENHOS DE JÚLIO POMAR

DESENHOS DE JÚLIO POMAR

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O Atelier-Museu Júlio Pomar apresenta «DE UM TRAÇO, TRAI: Desenhos de Júlio Pomar», exposição que mostra uma alargada seleção de desenhos que o artista realizou sobre papel vegetal. De diferentes formatos, estes desenhos serviram de suporte, de esboço ou de estudo de composição para projetos de arte no espaço público, como a Estação de Metropolitano Alto dos Moinhos, a Estação Ferroviária de Corroios, o Tribunal da Moita, o espaço exterior da Fundação Champalimaud ou o Circo de Brasília. Mostrados em conjunto pela primeira vez, eles permitem seguir o processo criativo de Júlio Pomar – as suas tentativas, os seus movimentos de aproximação e distância, as suas escolhas – desde o papel vegetal até, por exemplo, aos grandes painéis de azulejo.

Exposição
DE UM TRAÇO, TRAI:
Desenhos de Júlio Pomar
13.12.2024 – 24.11.2025
Inauguração
12.12.2024 | 17h00

Curadoria
Sara Antónia Matos e Pedro Faro
O título desta exposição surge de uma expressão que Júlio Pomar usou num texto sobre desenho: «De um traço, trai. O que é próprio do traço vivo é ser justo e trair. Trai o que desconhece: a parte que lhe escapa no desígnio que se pressupõe satisfazer; a vacilação do sentido». Sobre este jogo de palavras (em francês, no original: «D’un trait, il trahit»), Júlio Pomar refere em nota de rodapé que «D’un trait» significa «de uma assentada», «de uma só vez».

Os desenhos de Júlio Pomar assomam dessa rapidez do traço e essa rapidez resulta, certamente, de uma prática continuada e diária. Velocidade e intuição (corporal, háptica, visual) estão, no caso de Pomar, radicadas em treino profundo, duradouro, consistente. E, se de uma assentada o traço sai, outras vezes haverá em que a posição ou a intensidade do traço é corrigida; o traço é refeito.
Nos trabalhos que compõe esta exposição, são percetíveis as hesitações de Júlio Pomar, os seus ajustes, feitos traço após traço, e deixados à vista nas folhas de papel vegetal. É possível ver como o artista agia com grande liberdade, em desenhos a fio, «soltando imagens» para delas escolher os melhores riscos e os melhores traços – os que acabariam por habitar paredes, muros ou edifícios, em muitos casos através do azulejo.

Parte de um processo de estudo para chegar às composições finais, os desenhos expostos apontam caminhos e aventuras, mas também metodologias – como as sobreposições, permitidas pelas folhas de papel vegetal, ou o exercício do desenho no chão, de modo que o corpo do pintor pudesse agir e reagir, galgar sobre o papel, e criar imagens de grandes dimensões. Todos estes estudos possuem qualidades autónomas, intensidades próprias e pontos de vista irrepetíveis e, por isso, tal como as obras finais que os sucederam, merecem ser expostos e reconhecidos.
Estes desenhos sobre papel vegetal integram um núcleo mais vasto, que o Atelier-Museu Júlio Pomar tem vindo a inventariar, cuidar, conservar, fotografar e estudar, para poder conhecer e divulgar o património iconográfico que o artista a todos legou.

Horário
Terça-domingo // 10h-13h e 14h-18h
Encerrado
Segundas-feiras
1 janeiro, 1 maio, 24 e 25 de dezembro, 31 de dezembro
Atelier-Museu Júlio Pomar
Rua do Vale, 7
1200-407 Lisboa

ateliermuseujuliopomar.pt

Júlio Pomar

Estudo para Estação Ferroviária de Corroios

1996

Grafite e marcadores coloridos sobre papel vegetal colado sobre papel

Coleção Fundação Júlio Pomar / Acervo Atelier-Museu Júlio Pomar

© Fundação Júlio Pomar/SPA. Todos os direitos reservados

Painel da Estação de Corroios (Seixal)

O painel de azulejos para a Estação de Corroios, Seixal, da autoria do arquiteto Motta Guedes, foi executado pela Ratton Cerâmicas, na Fábrica Viúva Lamego. Pomar realiza um painel de grandes dimensões no qual o conto tradicional «A Velha da cabaça» é desenhado em jeito de graffiti e a frase «Corre, corre cabacinha (…)» alude ao trânsito contínuo, de pessoas e veículos, na estação.

Fotografia: Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC, António Jorge Silva

Fonte: Egeac

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