A relevância das propostas de Cucchi valeu-lhe uma exposição individual no Museu Guggenheim de Nova Iorque, em 1986, quando tinha apenas 36 anos. O facto dessa relevância se prolongar até aos dias de hoje é um testemunho da singularidade da sua obra.

A mostra Mezzo Cane reúne uma seleção alargada das pinturas, esculturas e desenhos que o artista realizou na última década. A sua distribuição no espaço assemelha-se a uma partitura: espaços vazios são silêncios de uma composição polifónica e operática.

Mas a obra de Cucchi mantém, também, uma relação íntima com a escrita, nomeadamente com a poesia, tendo desenvolvido inúmeros trabalhos na área da produção gráfica, como capas de livros, brochuras, catálogos e outros materiais impressos.

Complementando Mezzo Cane, a Culturgest apresenta também a exposição Il Libraio e L’artista, onde os materiais ali reunidos permitem aferir este lado menos conhecido, mas não menos significativo, da obra de Cucchi, oferecendo, simultaneamente, uma imagem da constelação de autores que gravitam em torno do seu universo singular.