O Teatro Nacional D. Maria II volta a associar-se ao Alkantara Festival, recebendo três dos espetáculos que fazem parte da programação deste ano do festival internacional de artes performativas dirigido por Carla Nobre e David Cabecinha. A partir de 13 de novembro, vão passar pelas salas do D. Maria II os espetáculos Gentle Unicorn, da italiana Chiara Bersani, Atlas da Boca, da brasileira Gaya de Medeiros, e Contado pela minha mãe, do artista libanês Ali Chahrour.
Chiara Bersani é uma das artistas que marca o arranque desta edição do Alkantara Festival, com um espetáculo que estará em cena na Sala Estúdio do D. Maria II de 13 a 16 de novembro. Em Gentle Unicorn, a artista italiana aproxima-se da figura e do imaginário do unicórnio para apresentar uma coreografia sobre o corpo político e o seu papel social, destacando exemplos para combater a estigmatização, ou subvertê-la, através de um solo de natureza delicada. No dia 14 de novembro, domingo, haverá ainda lugar a uma conversa com a artista depois do espetáculo.
Logo de seguida, a 20 e 21 de novembro, é a vez de Ary Zara e Gaya de Medeiros subirem ao palco da Sala Estúdio, com a criação Atlas da Boca, dirigida pela artista brasileira Gaya de Medeiros. Atlas da Boca é uma investigação de dois corpos trans acerca da boca como lugar de intersecção entre a palavra, a identidade e a voz, o público e o privado, o erotismo e a política, numa busca por novas narrativas. O espetáculo é falado em português e conta com legendas em inglês e português.
Já na Sala Garrett, a 24 e 25 e novembro, será possível assistir a Contado pela minha mãe, espetáculo que parte dos relatos e das experiências familiares do coreógrafo libanês Ali Chahrour. Em palco, Ali vai partilhar com a tia, Laila Chahrour, a história da sua prima Fatima, que passou a vida à procura do filho Hassan, desaparecido na Síria, em 2013. A atriz síria Hala Omran empresta a voz a esta história, acompanhada pelos músicos Ali Hout e Abed Kobeissi, que interpretam temas do folclore árabe. Em Contado pela minha mãe, Ali Chahrour procura, assim, contar as histórias das mães e das famílias que o rodeiam, as tragédias íntimas que as mães de Beirute enfrentam, como forma de fazer sobreviver a memória.
Contado pela minha mãe é falado em libanês, com legendas em português e inglês. No dia 25 de novembro, a sessão contará com Audiodescrição e, no final, terá lugar uma conversa com os artistas.
Créditos: Atlas da Boca_©Fernando Santos
Fonte: Teatro Nacional D. Maria II