A Dom Quixote edita na próxima terça-feira, 28 de outubro, “Algoritmocracia”, de Adolfo Mesquita Nunes, reflexão de vários anos sobre a forma como a IA está já a transformar as democracias ocidentais. “Um livro essencial para quem quer perceber a política dos nossos dias”, escreve Paulo Portas, no prefácio.
“Algoritmocracia’ é uma espécie de acto de consciência: Adolfo Mesquita Nunes está convencido de que algo pode correr mal com a IA no mundo da política“, afirma Paulo Portas sobre o livro do advogado e ex-secretário de Estado que demonstra que a IA não é apenas uma inovação tecnológica, mas um dos maiores desafios à sobrevivência das democracias liberais.
Para Adolfo Mesquita Nunes, ela é útil, mas também está a alterar o espaço político, amplificando populismos, radicalizando discursos e fragilizando a confiança nas instituições. O livro explica que a verdade partilhada é o ponto de partida da vida em comum e mostra como a IA está a corroer essa base, mudando a nossa relação com os factos e com a realidade. Mais do que um diagnóstico, lança um debate e propõe caminhos para defender a liberdade de pensamento e a vitalidade da democracia liberal.
“Este livro é um manifesto político. Não no sentido partidário, mas na acepção mais profunda da palavra: é um texto que pretende convencer. Procura persuadir o leitor de que a IA levanta um desafio enorme à democracia, e que não podemos ignorá‑lo. As inquietações que aqui exponho acabaram por se impor: são importantes e estão a marcar a forma como olho para a política, e ajudam a explicar um certo desencanto que sinto quando olho para ela.”, afirma Adolfo Mesquita Nunes para quem a “algoritmocracia” não é ainda uma forma política instituída, mas é já uma realidade vivida.
Uma democracia permeada por algoritmos, em que decisões fundamentais sobre o que vemos, sabemos, discutimos e até desejamos são mediadas por sistemas opacos, concebidos por empresas privadas com lógicas de mercado e sem responsabilidade democrática. Não é um regime no sentido clássico, mas sim um ambiente político novo, em que a arquitectura digital molda silenciosamente a opinião pública e condiciona as nossas liberdades. O que está em causa aqui é que não se trata apenas de decisões administrativas, mas antes como plataformas privadas, através de algoritmos, moldam estruturalmente o espaço público, influenciando a formação da opinião e o próprio funcionamento da democracia.
Depois de “A Grande Escolha – Mundo Global ou Países Fechados” (2020), Adolfo Mesquita Nunes regressa assim com uma reflexão incisiva e urgente sobre o poder imenso dos algoritmos na política – um poder que já governa parte da nossa vida, sem nunca ter sido eleito.
“Adolfo Mesquita Nunes é dos melhores PIB (Produto Intelectual Bruto) que conheço. O seu livro, muito bem escrito e fundamentado como é seu timbre, constitui uma peregrinação sobre o que está a acontecer a esse pilar da sabedoria que é a capacidade de distinguir entre o verdadeiro e o falso.”
Paulo Portas
Adolfo Mesquita Nunes (1977) é advogado, com mais de 20 anos de experiência, e sócio da área de Direito Público e Regulação na Pérez-Llorca, em Lisboa. Pioneiro em Portugal na análise dos desafios, riscos e dilemas legais que a Inteligência Artificial levanta, tem-se destacado no trabalho com dezenas de empresas, ajudando-as tanto a criar políticas de IA orientadas pelo conceito Legal by Design, como a responder aos complexos desafios jurídicos que estas tecnologias colocam. Professor convidado na Nova SBE e na Nova School of Law, é autor de dezenas de artigos académicos sobre contratação pública e, mais recentemente, sobre os problemas jurídicos criados pela IA. Foi deputado à Assembleia da República (2011-2013) e Secretário de Estado do Turismo (2013-2015).
Em 2020, publicou “A Grande Escolha – Mundo Global ou Países Fechados?” (Dom Quixote), uma defesa da globalização como o maior instrumento de progresso da humanidade, obra que vai na terceira edição.
Fonte: LeYa




