Perve Galeria recupera nome maior do surrealismo português com estreia inédita na ARCOlisboa

374 views

A Perve Galeria apresenta na ARCOlisboa 2025, que decorre de 29 de maio a 1 de junho na Cordoaria Nacional, um projeto expositivo inédito que assinala a estreia absoluta em feira de arte em território nacional do artista luso-britânico-canadiano João Artur da Silva (n. 1928, Cascais). Aos 96 anos, o último fundador vivo do grupo “Os Surrealistas” — que integrou nomes como Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas e Mário-Henrique Leiria — traz a Portugal uma seleção de obras inéditas, num regresso histórico que recupera uma figura fundamental, mas esquecida, do surrealismo português.

Após viver décadas em Londres e no Canadá, com exposições realizadas internacionalmente e uma trajetória artística que se estende por escultura, pintura, desenho e fotografia, João Artur da Silva é representado em exclusivo pela Perve Galeria desde o final de 2023. A sua participação na ARCOlisboa permite (re)descobrir um percurso multifacetado que atravessa diferentes geografias e contextos artísticos, da Lisboa dos anos 1940 à cena londrina dos anos 1960 e 70, até à produção mais recente no Canadá.

A par desta estreia nacional, o projeto apresentado pela Perve Galeria — no stand M01 — integra também obras inéditas de duas artistas de relevância incontornável no contexto das independências africanas de expressão portuguesa: Reinata Sadimba (n. 1945, Moçambique) e Renée Gagnon (n. 1942, Canadá/Portugal). A proposta curatorial, assinada por Carlos Cabral Nunes, assinala os 50 anos das independências de Angola e Moçambique, refletindo sobre a força transformadora da arte na afirmação dos processos de emancipação e modos de resistência.

Pioneira na escultura em terracota num grupo étnico, os Maconde, em que esta prática era reservada aos homens, Reinata Sadimba tornou-se símbolo da resistência cultural e da reinvenção feminina no pós-independência moçambicano. A sua obra, profundamente ligada à memória e ao feminino, transcende fronteiras sociais e culturais.

Já Renée Gagnon, canadiana radicada em Portugal desde os anos 1970, documentou de forma singular os musseques de Luanda, antes e após a independência de Angola. Através da fotografia, serigrafia e pintura, construiu uma obra visualmente impactante, que interroga a memória, o património e a paisagem urbana num momento de grandes transformações.

Apesar das suas origens distintas, os três artistas aqui reunidos partilham uma abordagem crítica e sensível à história, à memória e à identidade. Assinalando os 25 anos sobre a fundação da Perve Galeria, a exposição propõe, assim, uma reflexão profunda sobre os processos de emancipação política e cultural, e sobre o papel da arte como meio de resistência e transformação.

Mais informações e catálogo da exposição disponíveis em: www.pervegaleria.eu

Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Mais informação

Se não pretender usar cookies, por favor altere as definições do seu browser.

Fechar