O pavilhão de Portugal na Expo Osaka recebeu hoje a visita do Presidente do Conselho Europeu, António Costa, sublinhando a importância que a União Europeia atribui à proteção dos oceanos e ao papel de Portugal enquanto referência internacional na conservação marinha e no desenvolvimento sustentável dos recursos oceânicos.
O trabalho desenvolvido por Portugal, nomeadamente com a recente revisão da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA), o anúncio, por parte do Governo, de uma nova área marinha protegida no monte submarino Gorringe, situada a 200 quilómetros da costa sul continental portuguesa, assim como a moratória para a mineração do mar profundo, contribuem para tornar Portugal um líder na conservação dos oceanos. Essa relevância ficou evidente com a presença, no pavilhão, do enviado especial da ONU para o oceano, o Embaixador Peter Thomson, que participou na conferência New Ocean Wave, juntamente com Masanori Kobayashi (Sasakawa Peace Foundation) e Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul.
No âmbito do Dia Nacional do Mar do Japão, a programação do pavilhão de Portugal está, nestes dias, a cargo da Fundação Oceano Azul e do Oceanário de Lisboa. A Fundação Oceano Azul apresenta os seus contributos para os resultados da 3.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, em Nice; projetos de apoio à designação e gestão de Áreas Marinhas Protegidas, incluindo expedições científicas; iniciativas ligadas à economia azul, demonstrando como a partir de recursos marinhos, a inovação gera soluções sustentáveis; e projetos de literacia do oceano, liderados pelo Oceanário de Lisboa, com destaque para o movimento global Mini 30×30, que apela à proteção de 30% do oceano até 2030.
Para Joana Gomes Cardoso, Comissária-Geral do Pavilhão de Portugal: “Sendo o Oceano o nosso tema, estes dias são mais uma oportunidade para reafirmarmos a nossa mensagem em Osaka – o compromisso de Portugal com a preservação dos oceanos, que são o nosso património natural e um pilar do nosso futuro coletivo”.
Com o tema “Oceano, Diálogo Azul”, Portugal tem-se apresentado em Osaka como um país intimamente ligado ao mar, evocando quase 500 anos de relações com o Japão e marcos como a Expo 98, que colocou os oceanos, pela primeira vez, na agenda política global. A participação portuguesa procura responder, através da inovação e visão de futuro, aos desafios globais da sustentabilidade, em linha com o mote da Expo 2025: Projetar a sociedade do futuro para as nossas vidas.
Concebido pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, o pavilhão de Portugal convida os visitantes a mergulhar simbolicamente no oceano e a refletirem sobre a sua importância vital para o planeta, mas também para a cultura portuguesa, para o turismo e para a economia azul. O pavilhão já cativou mais de 1 milhão de visitantes, com propostas inovadoras desenvolvidas em colaboração com universidades, autarquias, empresas e artistas, sempre ancoradas na identidade nacional e numa visão de futuro sustentável. “Ultrapassar a barreira do milhão de visitantes quando estamos ainda a meio da participação, é reflexo do crescente interesse global na mensagem e na visão que Portugal tem vindo a apresentar em Osaka”, refere Joana Gomes Cardoso.
Madalena Oliveira e Silva, presidente da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, entidade responsável pela organização da presença portuguesa, afirma: “Temos um retorno muito positivo de todos os envolvidos. A presença de Portugal em Osaka está a gerar visibilidade, reconhecimento e oportunidades concretas para empresas, instituições e para a marca Portugal. É um evento que vai além da promoção cultural, está inserido na estratégia de diversificação das exportações portuguesas para um mercado sofisticado como o japonês. Acreditamos que será um investimento com impacto real para o país.”
Em paralelo, decorre em território nacional o programa “Osaka em Portugal”, com uma programação alargada a todo o país, que traduz localmente o espírito da Expo 2025 Osaka através de exposições, conferências, espetáculos e atividades educativas. Entre os destaques, encontram-se a exposição que revisita a presença portuguesa na Expo 1970, realizada precisamente em Osaka, e que apresenta novas reflexões sobre design e futuro, patente no MUDE, em Lisboa, e a exposição “Bordalo à Moda do Japão”, patente na Casa da Ásia até ao final de agosto, que explora a influência do Japão na obra de Rafael Bordalo Pinheiro. Outro dos destaques é o programa preparado pelo Museu de Artes Decorativas Portuguesas (MADP), que se inicia com uma primeira conversa com o mote Oratório Namban, cuja oradora é a professora Alexandra Curvelo, da FCSH – Universidade Nova de Lisboa.
Programa de Portugal na Expo Osaka: https://www.portugalexpo2025.pt/pt/agenda/
Fonte:jlma.pt
Foto: AICEP
