“Introdução ao Liberalismo”

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A Dom Quixote edita na próxima terça-feira, 23 de setembro, “Introdução ao Liberalismo”, do professor universitário e comentador televisivo Miguel Morgado que, após um livro sobre o conservadorismo, regressa com uma introdução à ideologia política que foi o “movi­mento político e intelectual mais poderoso e criativo da Europa moderna”.  Parecia ter-se estabelecido como o «consenso indestrutível», mas atravessa uma grave crise na actualidade.

“Este livro mostrará como nasceu e se desenvolveu, e como ele se tornou hegemónico no Ocidente, não obstante toda a sua diversidade intelectual e política. Mas também mostrará como o liberalismo chegou no nosso tempo a uma crise muito séria, ainda de certo modo disfarça­da pela formidável inércia histórica que o seu sucesso adquiriu: (Por enquanto,) Somos (quase) todos liberais.”  Depois de ter sido uma das grandes forças motrizes nos últimos 200 anos e ter transformado a face do mundo precisa, tal como vários dos seus adversários ideológicos históricos, como o con­servadorismo ou o socialismo, reclama uma renovação intelectual. 

Miguel Morgado explica que, nos últimos 40 anos, no Ocidente, não faltaram partidos que se autodenominavam “liberais”, ainda que em Portugal o facto só tenha ocorrido muito recentemente. “O liberalismo é uma extensa família, com discussões, divergências e fracturas internas consideráveis, que não podem ser ignoradas. Como na família dos conservadores e dos socia­listas, também a heterogeneidade dos liberais deve ser tida em con­ta e discriminada para evitar caricaturas e simplificações excessivas”

“A história da ascensão do liberalismo está recheada de triunfos. De tragédias e fracassos também. Contudo, o espólio dos feitos do liberalismo é muito rico. Não há nada no mundo que se lhe tenha comparado no período que analisei neste livro. Agora, porém, o liberalismo enfrenta uma hora de crise. Para essa crise concorreram os impasses e as contradições que vieram sempre no seu seio e que foram sendo pomos de discórdia e temas de reflexão internos à famí­lia liberal. Muitos dos protoliberais e dos liberais que viveram no seu momento de triunfo estavam conscientes de que era preciso de algum modo limitar a exorbitância dos próprios princípios liberais, a começar pelo da soberania do indivíduo. Nem sempre esse cami­nho de moderação foi acautelado. E nos nossos dias a reivindica­ção hiperbólica da soberania do indivíduo tem gerado problemas e embaraços sucessivos ao liberalismo. Por vezes com amizade, outras vezes com má-fé, as alternativas políticas ao liberalismo têm explo­rado as suas vulnerabilidades e com crescente eficácia. Muito deste desenlace histórico dependerá da resposta da família liberal às críti­cas que lhe são desferidas e às carências das versões tardo-modernas da sua justificação.”

Miguel Morgado nasceu em Setúbal em 1974. É licenciado em Economia e Mestre e Doutor em Ciência Política. Lecciona actualmente no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Foi Professor Convidado da Universidade de Toronto e ensinou em várias universidades norte-americanas e brasileiras. Entre 2011 e 2015 foi assessor político do primeiro-ministro, e de 2015 a 2019 deputado à Assembleia da República. É autor de vários livros, entre os quais “Introdução ao Conservadorismo”.

 

 

Fonte: Leya

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