Filipe Sambado na Final do Festival da Canção 2020

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Filipe Sambado estreou-se este ano no Festival da Canção, como compositor e intérprete, com o tema “Gerbera Amarela do Sul”.

 

A canção foi composta especificamente para o Festival, seguindo a recente exploração do cantautor da música popular, com apontamentos de folclore, que impele à acção e ao desconforto com o status quo. De resto, traços centrais do seu mais recente disco de estúdio “Revezo”, herdeiro da música de intervenção portuguesa, do qual “Gerbera Amarela do Sul” faz parte.

 

Na primeira semifinal, Filipe Sambado surpreendeu o público português e internacional com uma actuação cénica, simbólica e arrojada, valendo-lhe o carimbo de passagem à grande final, que acontece este Sábado em Elvas. Espera-se mais uma performance memorável, que irá engrandecer esta canção que nos desafia à inquietação.

 

 

BIOGRAFIA

 

Filipe Sambado nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1985. Passou a infância e a adolescência em Elvas, Vila Nova de Santo André e Lagos. Regressou a Lisboa para estudar Teatro e Dramaturgia na Escola Superior de Teatro e Cinema e Técnicas de Som na Restart, acabando por se fixar nesta cidade.

 

Entre 2012 e 2014 editou uma trilogia de EPs que traçam um estado de virilidade marginal ao qual ainda ninguém se habituou. É neste contexto que Filipe Sambado, Rodrigo Vaiapraia e Rafael Van Ayres fundam a agência e promotora Maternidade, como um colectivo e estrutura de apoio aos órfãos da cena musical lisboeta da altura, que é ainda hoje a estrutura que o acompanha e agencia. Segue-se o seu primeiro longa-duração, editado em 2016. Em “Vida Salgada” Sambado é mais Sambado do que até então, na voz, nas canções e nas letras viscerais. Um disco de baterias cavalgantes, acompanhadas por percussões tristes e guitarras a formar o meio campo, muitas vezes acabando abafadas por teclados rasgadinhos, a preencherem as alas.

 

Em 2018 Filipe Sambado estreia-se na NorteSul / Edições Valentim de Carvalho com “Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo”, um trabalho inquieto mas optimista, feito de canções que nos interpelam, é um compêndio de sons organizados na forma de hinos à possibilidade de NÓS sermos outra coisa – de sermos coisas para as quais ainda não temos nomes. Aclamado pela crítica especializada e pelo público, foi considerado o melhor disco nacional do ano pela Antena 3, Radar, Vodafone FM, entre outras publicações, e nomeado para os Prémios SPA 2019 na categoria de Música – Melhor Trabalho de Música Popular.

 

O início de 2020 trouxe-nos “Revezo”. Um disco composto por dez canções capazes de atingir uma alegria pop contagiante. Mergulhamos os ouvidos numa folk floral e contemplativa, mantendo o músculo da música de intervenção e a rudeza da música popular portuguesa, com apontamentos de folclore, em arranjos de luxúria conceptual.

 

Filipe Sambado atreve-se a fazer canções pop imediatas que nos fazem cantar e reflectir sobre o mundo que nos rodeia e afecta. Compõe canções notáveis que partem de uma matriz indie pop e consolidam um universo sónico que tanto estabelece cumplicidades com a música portuguesa – da canção de autor à música popular e de baile -, como se deixa contaminar pelo krautrock, lo-fi ou surf music. São canções que nos interpelam, convocam a memória e projectam-na num exercício de reconfiguração da identidade portuguesa actual.

 

A par do seu trabalho em nome próprio, Filipe Sambado tem vindo a colaborar como músico, compositor e produtor em muitos outros projectos musicais. É disso exemplo tanto a produção do trabalho de estreia de Passos em Volta (Cafetra Records), como as letras a que Cristina Branco deu voz, entre outras colaborações, que revelam um artista completo e multifacetado que já conquistou o seu lugar na história da música nacional.

 

 

Fonte: Edições

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