No Largo de Santo António à Sé, um mupi, um majerico gigante e um altar feito com grades de cerveja anunciam a exposição Santo António na Publicidade, que inaugura no dia 23 de outubro no Museu de Lisboa – Santo António, às 18H30.
Comissariada por Eduardo Cintra Torres, a mostra revela como a imagem de Santo António foi utilizada ao longo da história da publicidade em Portugal, desde as pagelas do século XIX aos anúncios atuais que inundam a cidade durante as Festas de Lisboa.
«Ao longo da investigação desenvolvida no Museu, em torno da popular figura do Santo António, tornou-se evidente que a utilização da sua imagem em anúncios acompanha a própria história da publicidade em Portugal, desde o século XIX até aos nossos dias. Para dar visibilidade à faceta influencer do santo, decidimos lançar o desafio a Eduardo Cintra Torres para comissariar esta exposição», explica Pedro Teotónio Pereira, coordenador do Museu de Lisboa – Santo António.
Icónica e familiar, algures entre o divino e o popular, a figura do santo surge em cartazes, anúncios de imprensa, diversos tipos de peças de barro, medalhas, selos, copos, caixas de fósforos, rótulos, pagelas, que vão refletindo o gosto de cada época e realçando a estreita ligação da produção publicitária com o santo a quem tudo se pede em momentos difíceis.
A quantidade de anúncios que aludem a Santo António e as diversas marcas Santo António foram dois dos aspetos inesperados para Eduardo Cintra Torres, no trabalho de preparação desta exposição. «Para além disso, o mais surpreendente é o afeto pelo Santo que a publicidade transmite, revelando um lado genuíno nesta relação da publicidade com ele. Sabemos do afeto pelo Santo no dia-a-dia das pessoas, mas esse afeto também foi transportado para as mensagens publicitárias, algo que continuou até aos dias de hoje quando a publicidade já se encontra despida desse carácter religioso», afirma o comissário.
De entre as peças apresentadas nesta mostra, Eduardo Cintra Torres destaca «um conjunto notável de cartazes relativos a Santo António encomendados a artistas gráficos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, entre os anos 1930 e 1980, que aqui se reúnem pela primeira vez».
Fotografia:
Folheto publicitário Lotaria de Santo António
Papel
1969
MLSA.IMP.1599
SOBRE O MUSEU DE LISBOA
Criado em 2015, o Museu de Lisboa é constituído por cinco lugares onde se descobre Lisboa e as suas histórias. Com valências e objetivos complementares, Palácio Pimenta, Teatro Romano, Santo António, Casa dos Bicos e Torreão Poente partilham uma identidade e uma missão: revelar Lisboa de diferentes formas, para dar a conhecer a riqueza de uma das cidades mais antigas da Europa.
As Galerias Romanas da Rua da Prata também são geridas pelo Museu de Lisboa. Localizadas no subsolo da Baixa Pombalina, abrem habitualmente ao público duas vezes por ano.
Fonte: Egeac