Conhecida do grande público, sobretudo, pelos seus trabalhos para televisão, a atriz Diana Nicolau estreia-se como autora no teatro com um trabalho que parte de textos escritos ao longo dos últimos anos.

“Enquanto a mudança à minha volta acontecia, e eu esperava para atravessar a pé a fronteira do Peru, ou para ser atendida na fila do pão, das finanças ou numa cadeira de hospital, fui rabiscando centenas de histórias em cadernos do tamanho do meu bolso das calças”, conta a autora a propósito da matéria escrita usada em Desconfortável, um monólogo. É, precisamente, o “desconforto”, entendido como “aquilo que sentimos imediatamente antes de a mudança acontecer”, que Diana Nicolau utiliza como premissa para, em registo intimista e numa posição assumidamente “desconfortável”, falar de como é ser mulher, de como lidar com o trauma e a rejeição, de como enfrentar a “ambivalência da maternidade” e a depressão, ou de como conseguir continuar a viver enquanto se perceciona o fim da humanidade devido aos problemas ambientais.

Um monólogo de total entrega onde a autora e atriz recorre a um conjunto variado de dispositivos cénicos e linguagens artísticas, como o vídeo, o novo circo e a dança. FB