A introdução do cultivo da cana-de-açúcar no arquipélago da Madeira, nos finais da primeira metade do século XV, e o desenvolvimento dessa produção em larga escala permitiram a exportação de açúcar para os portos da Flandres, primeiro através de Lisboa, depois diretamente. Aumentou, assim, por toda a Europa, o consumo do «ouro branco», alterando hábitos alimentares e algumas práticas medicinais. Em paralelo, cresceu a importação para o arquipélago de bens destinados a satisfazer as devoções e a definir o estatuto social dos novos grupos populacionais constituídos à sombra dos canaviais e da economia açucareira.
Ao longo de uma narrativa que parte do espanto dos primeiros navegadores perante o novo território e prossegue com a evocação do esforço do povoamento e da implantação de estruturas económicas e administrativas no arquipélago, esta exposição dá a conhecer as elites comitentes locais através das suas encomendas – obras de pintura, escultura ou ourivesaria – provenientes da Flandres, do continente e até do Oriente. Numa última sala, expõem-se as mais destacadas obras-primas encomendadas, sintetizando, com particular brilho, a riqueza do património madeirense dos séculos XV e XVI, resultante do esplendor cultural proporcionado pelo ciclo económico do «ouro branco». Marcando o arranque das Comemorações dos 600 Anos do Descobrimento da Madeira e Porto Santo, esta embaixada cultural do arquipélago em Lisboa é constituída por 86 obras de arte.
PROJETO
Museu Nacional de Arte Antiga
COMISSÁRIOS
Fernando António Baptista Pereira
Francisco Clode de Sousa
CICLO DE CONFERÊNCIAS
( 11 janeiro 2018 | 25 janeiro 2018 | 8 fevereiro 2018 | 1 março 2018)