Artigo

Árvores de Lisboa

Árvore classificada pela IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources) como uma espécie em perigo, enfrentando um risco de extinção na natureza. É nativa da Mata Atlântica (do Rio de Janeiro até ao sudeste de Minas Gerais, Brasil) e existia em abundância na época do Brasil colonial.  Árvore de grande porte, esta espécie de madeira muito dura, de grande beleza e frutos saborosos, era muito apreciada pelo Imperador D. Pedro I (1768-1834) e pelo seu filho, Pedro II (1825-1891), que a instituiu como “oferta imperial”, enviando espécimes para vários jardins botânicos do mundo, entre os quais o de Sydney, na Austrália, onde continua a ser conhecida por Royal Tree. No final de 1889, com o advento da República no Brasil, e dada a identificação tão chegada ao anterior regime, “caiu em desgraça”. A sua utilização na construção naval passou a ser intensiva, a sua presença em parques, jardins e ruas começou a desaparecer.

Da família da Sapotaceae, atinge uma altura de 12 a 25 metros. Considerada uma árvore de grande beleza, é dotada de folhas enormes (50-60 cm), de nervuras marcadas e borda serrilhada; a folhagem jovem é prateado-dourada. As flores são pequenas e o seu fruto oval de cor amarela (5 x 2 cm). O sabor é agradável, doce e suculento.

Um dos exemplares, existente em Lisboa, da árvore-do-Imperador (Chrysophyllum imperiale) encontra-se no Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa e terá sido oferecido pelo imperador Pedro II ao seu grande amigo Conde de Ficalho, figura relevante da cultura portuguesa do século XIX e um dos principais impulsionadores da criação deste Jardim. Pode também conhecer esta espécie no Jardim Botânico Tropical e no Jardim do Palácio Burnay.

 

Por: Ana Luísa Soares, Ana Raquel Cunha.

Foto: Paulo Forte

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