Desde os seus 24 anos, Krapp regista em bobinas as impressões que vai tendo sobre a vida e sobre si próprio. No dia do seu 69.º aniversário, o velho retira de uma gaveta a gravação de há 39 anos e nela encontra um homem bem diferente daquele em que se tornou. Sobre uma secretária desarrumada, Krapp vai dispondo as bobinas e ouvindo “o que esquecer não se pode”.
Cinco anos depois, Nuno Carinhas volta a Beckett e a A última gravação de Krapp, que o encenador “colava” a Auto da Fé de Gil Vicente e a excertos de Velha Toada, adaptação que o autor irlandês fez de uma peça radiofónica de Robert Pinget intitulada La manivelle, no espetáculo Uma Noite no Futuro. Para o encenador, este monodrama em um ato é “provavelmente a peça mais nostálgica, melancólica e lírica de Samuel Beckett.” FB
Integrado no Ciclo A Voz Humana.
Uma encomenda do Centro Cultural de Belém.
Ficha técnica:
Samuel Beckett, texto; Francisco Luís Parreira, tradução; Nuno Carinhas, encenação; João Cardoso, interpretação.