Ciclo Caryl Churchill começa hoje no D. Maria II, com estreia de Distante e Top Girls
Top Girls e Distante estreiam hoje no Teatro Nacional D. Maria II, na Sala Garrett e na Sala Estúdio, respetivamente. Dois espetáculos que formam o Ciclo Caryl Churchill, dedicado à escritora britânica, nome incontornável da dramaturgia contemporânea.
De 20 de maio a 5 de junho, a Sala Garrett recebe Top Girls, com direção de Cristina Carvalhal. Um espetáculo que resgata ao silêncio um grupo de mulheres notáveis que a História raramente refere. Em cena, as atrizes Alice Azevedo, Beatriz Brás, Jani Zhao, Nádia Yracema, Sandra Faleiro, Sara Carinhas e Sílvia Filipe dão corpo a dezasseis personagens.
A partir de uma colagem de cenas aparentemente díspares, Top Girls traça o percurso da ascensão ao poder de uma “mulher de sucesso” contemporânea, olhando para uma sociedade estruturalmente patriarcal, onde questões de raça, género e classe ganham nova pertinência no período que agora atravessamos.
Já na Sala Estúdio, de 20 de maio a 6 de junho, será possível assistir a Distante, numa criação de Teresa Coutinho. Um texto que retrata uma sociedade consumida pelo medo, com rasgos de humor surrealista e visionarismo, em Distante a fronteira entre a verdade e a mentira esbate-se, ao ponto de nunca serem dadas ao leitor as pistas necessárias para aferir que grau de consciência é o das personagens.
Nesta encenação, com interpretação de Inês Dias, Inês Vaz, Nuno Pinheiro e Tânia Alves, e Maria João Vaz e Tanya Ruivo (em vídeo), exploram-se as fronteiras ténues dos binómios bem e mal, certo e errado, verdadeiro ou falso. Distante instiga uma reflexão sobre o controlo do Outro pelo Medo e sobre a ingerência do Poder naquilo que são as liberdades individuais de cada um e das quais, mais facilmente do que se imaginava, abdicamos.
O Ciclo Caryl Churchill, composto pelos espetáculos Top Girls e Distante, pode ser visto no D. Maria II a partir de hoje, simultaneamente na Sala Garrett e na Sala Estúdio.
Fonte:Teatro Nacional D. Maria I