Na história universal do jazz, não há país que não conte estórias de jovens músicos que quando começaram a tocar já eram maiores do que a vida que tinham vivido: Lee Morgan, Scott LaFaro, Clifford Brown, Nils-Henning Orsted Pedersen, Barney Wilen, Billie Holiday, Tony Williams. Por cá, tivemos como caso mais paradigmático, Bernardo Sassetti e o fenómeno coletivo dos irmãos Moreiras nos anos 80. E temos hoje Ricardo Toscano.
Ricardo Toscano começou num dos berços mais populares: as bandas filarmónicas. O seu primeiro instrumento foi o clarinete (clássico) e, mais tarde, quando entrou para a Escola de Jazz Luiz Villas-Boas do Hot Clube, dedicou-se ao saxofone (alto). Aos 17 anos foi admitido na ESML em “regime especial de sobredotado”.
A primeira impressão do primeiro encontro com Ricardo Toscano é a incredulidade: tocar assim, com tão impressionante domínio expressivo do instrumento; tocar assim, com um tão raro conhecimento da gramática e sintaxe jazzísticas; tocar assim, em sucessivos e aparentes inesgotáveis saltos de maturidade a cada dia que passa. Na base de tudo está, à vista de todos os ouvidos, uma extraordinária e rara intuição, a que há que juntar incontáveis horas a ouvir e a tocar, sozinho e com os outros, que é, sempre foi e será, a melhor forma de crescer no jazz. E a verdade é que Toscano leva já muitas milhas de voo entre os maiores e os seus pares de geração.
Diz o ditado que, no mundo do jazz como nos outros, há gente que tem o futuro nas mãos. Sorte a nossa, o futuro tem o Toscano nas mãos.
Adaptação do texto de António Curvelo, outubro 2015
JAZZ – SÁB 27 JANEIRO 2018
Grande Auditório · 21h30 · Duração 1h15 · M6
14€ · Jovens até 30 anos e desempregados: 5€
Saxofone alto Ricardo Toscano
Piano João Pedro Coelho
Contrabaixo Romeu Tristão
Bateria João Pereira
Fonte: Culturgest