Perve Galeria promove programa especial dedicado à lusofonia na semana da arte de Lisboa

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Assinalando os 25 anos da constituição da Coleção Lusofonias, a Perve Galeria promove um programa único no contexto da semana da arte de Lisboa. A 24 de maio, pelas 18h, inaugura a exposição “Cruzar Fronteiras: Diálogo de coleções”, dedicada aos artistas de língua portuguesa, desenvolvida em parceria com o Ispa – Instituto Universitário, onde estará patente até 26 de agosto. A par desta grande mostra, a Perve Galeria é a única galeria a marcar simultaneamente presença, entre 25 e 28 de maio, nas feiras de arte contemporânea ARCO Lisboa e JustLX. Além disso, a 26 de maio, pelas 18h, inauguram na Casa da Liberdade – Mário Cesariny, Perve Galeria, 27ARTe e na galeria aPGn2 – a PiGeon too, em Alcântara, quatro distintas exposições onde se poderá aceder à diversidade das expressões artísticas oriundas do vasto território lusófono. Estas estarão em antevisão a partir do dia 24 de maio, e ficarão patentes até 29 de julho.

No encontro das coleções de arte, dedicadas aos artistas de língua portuguesa, da Perve Galeria e do Ispa – Instituto Universitário, duas instituições instaladas há várias décadas em Alfama, “Cruzar Fronteiras: Diálogo de coleções” visa cobrir o universo temporal de um século de produção artística moderna e contemporânea lusófona, matizada em África. Com obras de mais de 100 artistas de diferentes nacionalidades, entre os quais, Bertina Lopes, Cruzeiro Seixas, Ernesto Shikhani, Fernando Lemos, Isabel Meyrelles, Malangatana Ngwenya, Manuel Figueira, Manuela Jardim, Mário Cesariny, Pancho Guedes, Reinata Sadimba, Rosa Ramalho, Teresa Balté, entre muitos outros, configuram-se narrativas estabelecidas na riqueza da diversidade artística e cultural, espelhando a realidade histórica dos países de onde são oriundos os artistas representados.

Sublinhando a importância da arte lusófona no contexto mais lato da arte contemporânea, a Perve Galeria leva à secção África em Foco da ARCO Lisboa um programa expositivo que coloca em diálogo a produção artística das mestres moçambicanas Reinata Sadimba (1945) e Teresa Roza d’Oliveira (1945-2019), a quem foi recentemente dedicada uma exposição antológica na Casa da Liberdade – Mário Cesariny e na Perve Galeria. A par de obras inéditas destas duas importantes artistas, encorajando o ato de repensar a imagem de África, a mostra conta ainda com a fotografia de José Chambel (1969, São Tomé e Príncipe), cuja produção se centra na preservação do património cultural, tangível e intangível, em Portugal, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Reiterando o apoio à Ucrânia, país com o qual procurou solidarizar-se desde o início da guerra, incluindo nas suas iniciativas obras de artistas ucranianos com quem tem trabalhado, a Perve Galeria destaca na quarta edição da JustLX, a obra do fotógrafo Bogdan Gulyay (1980). Paradigma do artista resistente, Gulyay continua a viver em Kiev, procurando ajudar o seu país através da sua obra. Para além de séries anteriores, serão mostradas fotografias inéditas, desenvolvidas em contexto de guerra ao longo do último ano. Na JustLX é também revelada a surpreendente colaboração artística de José Eduardo Agualusa (1960) e Valter Hugo Mãe (1971), dois nomes cimeiros da cultura lusófona, ambos nascidos em Angola, sobejamente aclamados e reconhecidos nacional e internacionalmente no campo da literatura, que têm também em comum um caminho percorrido no campo da expressão visual, pela fotografia e as artes plásticas, respetivamente. Nesta série de trabalhos que agora vem à luz, Valter Hugo Mãe intervém sobre uma seleção de fotografias, a preto e branco e a cores, de José Eduardo Agualusa, colando outras imagens e justapondo elementos iconográficos religiosos. Estabelecendo um diálogo afro-ibero-americano a Perve Galeria leva ainda à JustLX obras de Cruzeiro Seixas (1920-2020, Portugal), Ivan Villalobos (1975, Chile), que realizará uma sessão de live painting, Javier Félix (1976, Espanha/Colômbia) e Samuel Muankongue (1974, Moçambique), que esteve a desenvolver até meados de março uma residência artística na Perve Galeria.

A 26 de maio, pelas 18h, inauguram as exposições “Beyond Reality”, “Artistry: a triad of African art” e “Connections 2 Afro-Ibero-America”, na Casa da Liberdade – Mário Cesariny, na Perve Galeria e na galeria aPGn2 – a PiGeon too, em Alcântara, respetivamente. A primeira revela ao público obras inéditas, individuais e colaborativas, de José Eduardo Agualusa e Valter Hugo Mãe. A segunda amplia o projeto apresentado na secção África em Foco da ARCO Lisboa, com um conjunto alargado de obras de José Chambel, Reinata Sadimba e Teresa Roza d’Oliveira. A última, estabelecendo um diálogo afro-ibero-americano, assume-se como uma ampliação de parte da mostra na JustLX, com obras de Bogdan Gulyay, Cruzeiro Seixas, Ivan Villalobos, Javier Félix e Samuel Muankongue.

Englobando estas várias iniciativas, no espaço de arte contemporânea ao ar livre 27ARTe, acessível 24 horas, 7 dias por semana, apresenta-se a exposição “OAA gallery tree – third season”, que continua o tributo que vem sendo realizado a Reinata Sadimba, por artistas nacionais e internacionais.

Procurando contribuir para a constituição de territórios de integração e inclusão, neste programa único que a Perve Galeria dedica ao conceito abrangente da lusofonia, problematiza-se o modo como a influência africana foi, e continua a ser, decisiva para a afirmação de vocabulários específicos de processos criativos em ação na arte contemporânea global.

 

Fonte: perveglobal.com

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