Noites de Verão 2024 da Filho Único

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A programação deste ano das Noites de Verão foi desenvolvida pela Filho Único,  com o contributo de Daniel Pinheiro e Fernando Fadigas, equipa de coordenação da  pós-graduação em Arte Sonora: Processos Experimentais, da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Endereçámos ao farO o desafio de apresentar uma maratona pré balnear do seu programa de “arte indigesta e artistas resistentes”. A criação gráfica  do cartaz ficou a cargo de Márcio Matos. 

Reunimos assim um conjunto diverso de criadores e praticantes de excepcional  talento, incluindo músicos, compositores, DJs, artistas plásticos, colaborações de  cruzamento de disciplinas artísticas. Na sua maioria as propostas arriscam modelos  diferentes de abordagens, práticas e conhecimento em relação ao estabelecido e às  fronteiras disciplinares, atravessando geografias e contextos. 

Esperamos (por) experiências estéticas poderosas, mostrando outras maneiras de  descrever o espaço, afastando-nos de princípios organizadores como “cidade” ou  “global”, reconhecendo-o simultaneamente mais fragmentado e pluralista. O mesmo  para a experiência do tempo, na moldura da precariedade que define a sociedade  actual, que a tantos criativos independentes parece saber a viver um tempo  emprestado, sem garantias, numa sobreposição de contextos como a desigualdade  salarial, a crise climática, legados coloniais, mais ou menos acelerados,  desregulados. 

O programa das Noites de Verão acontece ao longo de Julho, todas as Quintas e  Sexta-feiras, com concertos no Pátio da Cisterna das Belas Artes (Chiado) e  Galerias Municipais – Galeria Quadrum (Alvalade), respectivamente. Aos Sábados a  romaria é ao farO (porta esquerda da Igreja de Santa Isabel, em Campo de Ourique)  para um programa de exposições com vídeo, performance e instalação. 

No último Sábado celebramos no jardim do Goethe-Institut (Campo Mártires da  Pátria) instalando um soundsystem de inspiração jamaicana e propondo uma  seleção de Djs e um live à altura da ocasião. 

As Noites de Verão 2024 são co-produzidas com a EGEAC, a Faculdade de Belas Artes de Lisboa, o farO, as Galerias Municipais de Lisboa, o Museu Nacional de Arte  Contemporânea, a Casa da Música Jorge Peixinho e com o apoio da DGArtes, do  Goethe-Institut de Lisboa, da Câmara Municipal de Lisboa, da SKOOLA, do  Programa Ibermúsicas e da Acción Cultural Española (AC/E). 

Mais informações em https://www.noitesdeverao.pt

 

 

 

Quinta-feira, 4 de Julho, 19h30 

Pátio da Cisterna, FBAUL 

Vasco Alves e as Rochas da Ajuda 

DJ Marcelle 

Resumo: 

No evento de abertura, estreando o Pátio da Cisterna da Faculdade de Belas Artes  de Lisboa, apresentaremos um concerto a 4 vozes – 4 gaitas – encomendado a Vasco Alves, que será acompanhado pelo grupo de gaitas de fole As Rochas da  Ajuda.  

Seguir-se-á a incomparável DJ Marcelle, holandesa arauta de seleções sem  fronteiras ou preconceitos. 

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Vasco Alves investiga a materialidade do som e a natureza dos fenómenos  acústicos através da utilização de processos eletrónicos e acústicos instáveis. Estes  incluem técnicas de síntese e amplificação, a gaita-de-fole ou instrumentos de sopro  personalizados. Vasco é gaiteiro de bancada nos jogos do Clube de Futebol “Os  Belenenses”, foi co-fundador da Associação Desportiva e Recreativa “O Relâmpago”  e é também organizador da portaaaa.com, uma editora e promotora de concertos. 

“Na sequência do trabalho essencialmente materialista e performativo que nos  últimos anos tenho vindo a desenvolver para uma gaita de fole (em construção),  apresento pela primeira vez um concerto a 4 vozes – 4 gaitas – adaptando e criando  sobre as possibilidades da polifonia. 

O concerto será composto por uma trama de pequenas peças (5-10min) que  exploram diferentes aspectos do(s) instrumento(s): os seus limites físicos e a sua  percepção auditiva, mas também o seu potencial acústico e performático. 

As Rochas (de ar) da Ajuda são os amigos gaiteiros: André Pires, Kalee Rose  Prendergast e Carlos Santos.” 

https://vascoalves.info 

DJ Marcelle é uma senhora de um estatuto quase mítico num mundo anódino e  francamente saturado de DJs. A holandesa Marcelle Von Hoof tem já cravada uma  postura bem sui generis ao djing, à rádio e à produção. Armada com três gira-discos  e uma colecção inimaginável de vinil, Marcelle discorre nos seus sets, produções e  programa de rádio um conhecimento aparentemente infindável e sem quaisquer  barreiras, sejam elas temporais, geográficas ou sociais, potenciando os  cruzamentos mais inusitados entre as diversas músicas, num acto com tanto de  transgressor como de lúdico. Espécie de festa-colagem sonora a incitar à dança  enquanto se alucina com todo o mundo de possibilidades em aberto. 

https://www.anothernicemess.com

Sexta-feira, 5 de Julho, 19h30 

Jardim das Galerias Municipais – Galeria Quadrum 

Encontros de Música Nova com o GMCL e Henrique Apolinário, Maria Reis &  Tomé Silva, Rafael Toral e XEXA  

Resumo: 

Apresentação em concerto das peças musicais produzidas na residência artística Encontros de Música Nova, na Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo, reunindo  ao histórico Grupo de Música Contemporânea de Lisboa 3 e uma dupla de compositores nacionais: Henrique Apolinário, Maria Reis & Tomé Silva, Rafael Toral  e XEXA. 

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No seguimento do trabalho desenvolvido com o Grupo de Música Contemporânea  de Lisboa nas edições das Noites de Verão dos últimos 3 anos, e da aposta na  regeneração da didáctica vanguardista do seu co-fundador Jorge Peixinho, a Filho  Único convidou 3 compositores nacionais e uma dupla para uma colaboração  artística com o Grupo. Henrique Apolinário, Maria Reis & Tomé Silva, Rafael Toral e  XEXA empreendem com o Grupo uma residência artística na Casa da Música Jorge  Peixinho, no Montijo, com o intuito de colocar em escrita a orquestração de peças  musicais de sua autoria para a sua interpretação ao vivo pelo GMCL.  

http://www.gmcl.pt 

Henrique Apolinário 

Músico, performer, sound engineer, diretor artístico, sonoplasta. Trabalha desde  2012 em interseções de expressões artísticas, com foco na música, performance e  curadoria de eventos, interessa-se sobretudo na importância da fisicalidade em  qualquer forma expressiva, estados profundos de consciência e subconsciência, e  na improvisação como ferramente criativa e compositora. Estuda violino até aos 18  anos e depois Teatro na ESMAE, viveu e desenvolveu o seu trabalho no Porto até  2019, onde criou laços com diversos coletivos. Como artista sempre esteve ligado  ao serviço educativo e à interação com grupos ou comunidades de vários tipos.  Reside desde 2019 em Paradela do Rio, Montalegre, onde funda a associação  cultural Acendalha, com focos de desenvolvimento artístico e musical em contexto  rural. No presente foca-se sobretudo em criação artística, performance, e  engenharia áudio. O seu trabalho sonoro é eclético, passando por sonoplastia para  espectáculos transdisciplinares, live acts de música electrónica em pistas de dança  em ebulição até direção de música de câmara experimental. Fundou e continua a  trabalhar nos projectos a solo e em ensemble: Zancudo Berraco, Qir Alin, Ensemble  Quiromático, Sirte, EM CHAME entre outros. Forma-se em 2021 como studio  engineer na ARDA Academy, e tem também desenvolvido trabalho nessas funções. 

https://youtu.be/Yx6lDK_R5Wo?feature=shared 

Maria Reis e Tomé Silva 

Maria Reis, Lisboa, 1993, música profissional, desde os 15 anos, compositora,  produtora, guitarrista, cantora e co-fundadora da banda Pega Monstro, banda cuja  discografia fez-se em parceria com a editora londrina Upset the Rhythm. A sua  estreia a solo fez-se em 2017 com o primeiro EP “Maria” (Cafetra Records) e a  partir desse momento que inicia a sua discografia anual com “Chove na Sala, Água  nos Olhos” (2019,CR), “Flor Da Urtiga” (2020,CR) e “Benefício da Dúvida”  (2021,CR). Paralelamente a isto, Maria tem também vindo a colaborar com nomes 

como Sara Graça, Joana da Conceição, Gabriel Ferrandini, Miguel Abras ou Rudi  Brito em concertos, apresentações artística multimedia , edição de música e de  poesia.  

Tomé Silva , Almada, 2001, é um músico e produtor musical português. Com  trabalho presente na internet desde 2016, define-se tanto pelo que lança  esporadicamente como por projetos de maior duração em editoras nacionais (Rotten  Fresh, ANGEL), pelas colaborações em que participa (Bejaflor, Guilherme  Rodrigues, Farpas, Maria Reis) e pela sua presença na Rádio Quântica e na  plataforma Música Vulcânica.  

Juntos fizeram a sua estreia colaborativa com o disco Maria Reis – Suspiro…(Cafetra Records 2024) e espera-se um futuro em parceria neste e noutros  projectos. 

https://youtu.be/3wQ9_71BoGQ?feature=shared 

Rafael Toral 

Rafael Toral (Lisboa, 1967) tem-se intrigado pelo potencial do som e pelas funções  da música desde adolescente. 

Enquanto músico, produtor e compositor esteve envolvido, em diferentes fases da  sua vida, com as culturas de Rock, Ambient, Contemporânea, Electrónica e Jazz. No  início dos anos 1990 criou uma síntese de Ambient e Rock, gravando álbuns  aclamados internacionalmente como Wave Field (Drag City, 1995) ou Violence of  Discovery and Calm of Acceptance (Touch, 2001) e tendo sido considerado pelo  Chicago Reader “um dos guitarristas mais dotados e inovadores da década”. Nos  anos 2000, com uma mudança radical lançou o “Space Program”, projecto em que  ao longo de quinze anos desenvolveu uma abordagem à música electrónica  enraizada no pós-free jazz, enfatizando o gesto físico e critérios humanos de  decisão sobre fraseado, silêncio e swing. A música resultante, “melódica mas sem  notas, rítmica mas sem batida, familiar mas estranha” foi descrita como “um tipo de  músca electrónica muito mais visceral e emotiva que a dos seus pares cerebrais”. 

Depois de dirigir várias formações, inaugura em 2016 a formação que dirigiu até  2023, o Space Quartet. Em 2018 entrou numa terceira fase em que retoma contacto  com a guitarra, num renovado interesse pelas possibilidades sónicas da harmonia, e  ambiciona uma nova síntese — conciliando alguns paradigmas contraditórios com  que trabalhou anteriormente, abarcando mais passado e mais futuro e materializada  pela primeira vez em Spectral Evolution. 

Publicou mais de vinte álbuns em editoras de quatro continentes, entre os quais  também se destacam Sound Mind Sound Body (Ananana, 1994), Space (Staubgold,  2006) e Freedom of Tomorrow (Clean Feed, 2022). Em variadas colaborações ou a  solo tem-se apresentado ao vivo nos Estados Unidos, Europa, Japão e Austrália.  Vive nas montanhas do centro de Portugal. 

https://youtu.be/eoJ3vPqkz-w?feature=shared 

XEXA 

XEXA, com 23 anos, é uma artista multidisciplinar de ascendência São Tomense, sediada entre Lisboa e Londres. É licenciada em Música – Artes do Som,  pela Guildhall School of Music and Drama, Londres. 

A sua música reflete a exploração de sonoridades, fazendo híbrido de elementos da  sua herança africana com sintetizadores, sound design e voz. 

É produtora, compositora, sound designer e cantora que vem ilustrando uma nova  linhagem e novos paradigmas de sons. XEXA trabalha com música e sonoplastia em  diversos campos, tal como performances, instalação, visuals e moda. Lançou a sua primeira mixtape titulada Calendário Sonoro em 2022.

Vibrações de Prata é o seu álbum de estreia lançado pela Príncipe, editora lisboeta,  em Outubro de 2023. 

https://principediscos.bandcamp.com/album/vibrac-o-es-de-prata 

Sábado, 6 de Julho, 22h00 

farO 

Connecticut Pappoose 

Ernest Gusella 

Projecção de uma ópera vídeo surrealista ciber-rural do calgariano octogenário. https://www.youtube.com/watch?v=MaPT0ugBDNY 

Quinta-feira, 11 de Julho, 19h30 

Pátio da Cisterna, FBAUL 

HIFA 

Living Room 

Resumo: 

Baixista em bbb hairdryer e nëss – e agora no trio da Maria Reis -, Francisco Couto  desenvolve em HIFA a sua expressão individual em música electrónica, de dança,  ambiental, em estudos texturais e narrativas de composição. 

A Living Room é um coletivo de promotores de eventos, músicos e DJs baseado em  Lisboa dedicado à música ambiente e experimental. Três dos quatro membros do  colectivo – carolf & usof & asio – estreiam-se em formato live e trazem consigo sons  atmosféricos, ambientes imersivos e percussões downtempo. 

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HIFA 

HIFA é Francisco Couto quando se encontra a sós. Enquanto em bbb hairdryer e  nëss faz do baixo o seu objeto de trabalho colaborativo, é em frente ao computador  que se encontra na sua totalidade. Já passou pelo ambient, o techno e outros ritmos  4/4, e recentemente texturas mais ligadas ao gabber e ao footwork, mas agora, em  jeito catártico, prescinde dos ritmos e explora a ligação entre a linguagem eletrônica  que constrói desde 2018 e o baixo distorcido que ultimamente tem preferido. A  procura entre as pontes que ligam canções, o ruído, e o que ameniza. Uma tentativa  de procurar e expor o lado emocional e vulnerável que esconde por detrás da frieza  da música de dança. 

https://hifa.bandcamp.com 

Living Room 

A Living Room – nascida em 2020 – é um coletivo de promotores de eventos e DJs baseado  em Lisboa dedicado à música ambiente e experimental. Produzem concertos mensais na  associação cultural Cosmos CAC (Campolide Atlético Clube), como também uma série bi semanal de mixtapes. Três dos quatro membros do colectivo – carolf & usof & asio – estreiam-se em formato live e trazem consigo sons atmosféricos, ambientes imersivos e  percussões downtempo.

Asio otus cria composições electrónicas que se situam na fronteira entre a música ambiente  e a música de dança, utilizando paisagens sonoras melódicas e um ecossistema  diversificado de sons que o habitam. Lançou um pequeno número de EPs e álbuns,  maioritariamente no seu bandcamp. 

Usof é um músico lisboeta a empurrar a definição de “música ambiente” para um território  cada vez mais convoluto. A sua discografia inclui “Wish You Were Nicer” via enmossed e  Psychic Liberation (EUA), precedida por lançamentos nas suas editoras: a série “Selections  0, 1 e 2” na Rotten \ Fresh, e o EP “refresh” na surf. Tem ainda várias remisturas, gravações  ao vivo, mixtapes e singles editados por toda a parte. 

carolf é DJ entusiasta e militante da música ambient, elemento-chave do colectivo Living  Room e host do programa de rádio ~ hush ~ na Rádio Paranóia (@radio__paranoia). Todas  estas actividades e atributos fazem de carolf uma voz essencial de partilha de música  inspiradora focada na escuta, nas texturas experimentais, nos ritmos e nos silêncios  também. 

https://www.instagram.com/living____room 

Sexta-feira, 12 de Julho, 19h30 

Jardim das Galerias Municipais – Galeria Quadrum 

Aggressive Girls 

Rắn Cạp Đuôi 

Resumo: 

Estreia em Portugal do colectivo vietnamita Rắn Cạp Đuôi que tem expandido  odisseicamente o seu impulso e gesto artístico desde a sua formação em 2015. O  grupo navega-se entre a cultura rave e o eco-futurismo, e lançou o mais recente  disco ‘*1’ na Primavera.  

Dakoi e Diana XL, as Agressive Girls, afiliaram-se num pacto de som e fúria como  talvez nunca se tenha visto e ouvido por cá. Hardcore tuga digital e expressão  transdisciplinar em vídeo, cenografia e figurinos originais. 

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Aggressive Girls 

Aggressive Girls são Dakoi e Diana XL; O seu álbum de estreia homónimo lançado  no início deste ano foi criado pela necessidade de exteriorizar a sua luta, buscar a  superação e a paz que precisam para viver após se terem encontrado em um  momento difícil muito parecido de vida. Decidem gritar sobre a sua luta e não ter  medo de se afirmarem sobre o que querem agora e daqui pra frente, sobre batidas  fortes e expressão transdisciplinar em vídeo, cenografia e figurinos originais. 

https://agressivegirls.bandcamp.com/album/agressive-girls-ep 

Rắn Cạp Đuôi 

O colectivo de música experimental vietnamita Rắn Cạp Đuôi tem expandido o seu  vasto espectro auditivo desde a sua formação em 2015. O grupo alterna entre a  música rave e o eco-futurismo, e avança em novos empreendimentos em ‘*1’,  lançado esta primavera. O seu álbum maximalista aposta em colagens digitais  rápidas que nos compelem a continuar dançando durante o apocalipse. As suas  performances exuberantes e não convencionais, como o memorável Boiler Room de  improvisação com três baterias, seguem o mesmo princípio. 

https://www.youtube.com/watch?v=HnI-eQqbo4E

Sábado, 13 de Julho, 22h00 

farO 

K7 do K4 

Texto de Almada Negreiros, musicado por Marta Ângela, Nu No e Tropa  Macaca 

Ensaio público da segunda gravação da versão inglesa de K4, o segredo do génio  intransmissível de Almada Negreiros, pelos portadores da tatuagem do quadrado  azul. 

https://www.gutenberg.org/cache/epub/23133/pg23133-images.html 

Quinta-feira, 18 de Julho, 19h30 

Pátio da Cisterna, FBAUL 

Inês Condeço & Pedro PMDS 

Mbé + Lcuas Pires 

Resumo: 

Inês e Pedro conheceram-se na pós-graduação de “arte sonora: processos  experimentais” e iniciaram trabalho colaborativo, estando a gravar um disco.  Apostam num espectáculo sustentado na manipulação de tape, loops, voz, poesia e  ruído. 

Nascido e criado na favela da Rocinha, Mbé, e parceiro Lcuas Pires, atravessam o  Atlântico para nos trazerem uma música translúcida e comovente, com particular  apreço pelo uso de gravações de campo e o poder identitário da colagem como  linguagem artesanal.  

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Inês Condeço & Pedro PMDS 

Este projeto surge em Setembro de 2023, resultante de um encontro feliz. Foi na  Pós-Graduação em Arte Sonora: Processos Experimentais na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa que se conheceram e imediatamente encontraram  pontos em comum que decidiram explorar e fundir. Inês é pianista mas não utiliza  piano neste espectáculo, explorando assim com mais intensidade a voz e o  sintetizador e Pedro deixa de lado as electrónicas mais complexas. Embarcam num  espetáculo baseado na manipulação de tape, loops, voz, poesia, feedbacks e noise,  num universo virado do avesso mas que no final soa estranhamente familiar. A  poesia é do Boris e a performance desenrola-se a partir desse texto sobre a  existência. Alterna entre vários estados de espírito, entre a palavra falada e voz  cantada, entre ruído e melodias etéreas. O duo tem-se apresentado ao vivo em  vários locais e planeia lançar um álbum no decorrer do ano 2024. 

Inês Condeço iniciou os seus estudos musicais em Leiria e licenciou-se em Música  (Piano – Música Clássica) na Universidade de Évora. Tem explorado extensamente  o piano, electrónica e manipulação da voz, convergindo vários géneros musicais  numa linguagem própria, tendo já lançado, no início de 2024, o seu primeiro álbum a  solo “Lacuna”. 

https://inescondeco.bandcamp.com/album/lacuna

Pedro “PMDS” Sousa tem construído o seu percurso musical no projecto PMDS,  num universo onde o processo electrónico resulta num som orgânico, etéreo e  cinemático. Tem feito concertos um pouco por todo o país e estrangeiro. 

https://youtu.be/aLcxTszEoss?feature=shared 

Mbé + Lcuas Pires 

Nascido e criado na favela da Rocinha, Mbé (palavra yorubá que significa “existir”) é  o nome do projeto solo de Luan Correia: músico, produtor e engenheiro de som  ligado à cena da música experimental carioca. 

A sua música translúcida e comovente, com particular apreço pelo uso de gravações  de campo e o poder identitário da colagem como linguagem artesanal, revelou uma  voz importante da expressão artística negra independente no Brasil. O seu primeiro  álbum “ROCINHA” foi lançado em março de 2021 pela editora QTV e conta com  participações de Juçara Marçal, Luizinho do Jêje, José Mekler, entre outros. Estreia nacional fazendo-se acompanhar do cúmplice Lcuas Pires em palco. 

https://www.youtube.com/watch?v=Gw3RCQXm6ZI&t=1316s 

Este concerto conta com o apoio do Programa de Cooperação Ibero-Americana  Ibermúsicas. 

Sexta-feira, 19 de Julho, 19h30 

Jardim das Galerias Municipais – Galeria Quadrum 

No Home 

Poor Boys 

Resumo: 

Duas estreias nacionais ´*`´*` No Home é Charlotte Valentine, punk pan-estilística  em permanente busca e actualização sobre quem é e quem quer ser, visita-nos de  Londres para uma performance imprevisível. 

Os Poor Boys formaram-se em Nova Orleães para fiar-se no tecido parisiense  cooperativista fora de horas, carnaval de ritmo e electricidade que não sabíamos  que precisávamos.  

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No Home 

No Home é a artista londrina Charlotte Valentine, que faz música há quase uma  década. Descrita como uma “produtora punk” e “artista experimental DIY” pela Wire  Magazine, o seu primeiro álbum “Fucking Hell”, uma mistura de noise rock e pop, foi  lançado em junho de 2020 e foi nomeado um dos “The 35 Best Rock Albums of  2020” pela Pitchfork. O seu segundo e mais recente álbum, “Young Professional”, foi  lançado em novembro de 2022. Colaboraram com artistas como SASAMI e Maria  BC e tocaram com artistas como Moor Mother e Big Joanie. O seu trabalho tem sido  mencionado na Crack Magazine, NPR e The Wire, entre outros. 

https://nohome.bandcamp.com/album/young-professional

Poor Boys 

Depois de se terem cruzado em Nova Orleães durante as respectivas residências na  Villa Albertine, TISS e NSDOS embarcaram num excitante projeto de colaboração  musical. Esta dupla atípica, composta por um baterista e um produtor de música  eletrónica e dançarino, começou também um evento chamado “Poor Boys”, primeiro  no Baiser Salé em Paris e, devido ao seu sucesso, agora no La Boule Noire; um  nome emprestado do famoso clube localizado na Saint-Bernard Street em Nova  Orleães, um ponto de encontro regular para TISS e NSDOS durante as suas  estadias na cidade. 

A sua música é uma exploração cativante baseada na improvisação, onde os ritmos  moldados pelo homem se fundem harmoniosamente com os gerados pelas  máquinas. Ao combinar a percussão orgânica de TISS e a perícia eletrónica de  NSDOS, a dupla cria música que transcende fronteiras e convenções, reflectindo  claramente a influência da cena Techno de Detroit, da música afro-caribenha, bem  como das tendências britânicas ou mesmo do Afrobeat. 

Esta colaboração representa também um tributo vibrante ao património, à  criatividade transbordante e à alma musical de Nova Orleães. 

https://youtu.be/J64HITbi2KE?feature=shared 

Sábado, 20 de Julho, 22h00 

farO 

DreamFM 

Gravações de Constance de Jong, Pati Hill e Delia Derbyshire Desenhos animados e um “Argentino no Deserto” de René Bertholo 

Makina de sonhos de 3 sistemas e 2 quartos de anos-luz ornamental de intervalo galáctico. 

https://sirr-ecords.bandcamp.com/album/um-argentino-no-deserto 

Quinta-feira, 25 de Julho, 19h30 

Pátio da Cisterna, FBAUL 

Guilherme Curado 

Gustavo Costa 

Resumo: 

Guilherme Curado trabalha entre meios, cruzando vídeo e som com 3D, construindo  paisagens utópicas virtuais. Mais um criador talentoso proposto pela coordenação  da pós-graduação de “arte sonora: processos experimentais” da FBAUL. Gustavo Costa é um músico jubilado no underground internacional – intersectando com o trilho na academia. Co-mentor da Sonoscopia, o compositor e  percussionista Portuense, no activo há mais de 3 décadas, lançou este ano o  fantástico “Natura Mimesis”.  

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Guilherme Curado 

Guilherme Curado trabalha entre meios, cruzando vídeo e som com 3D, construindo  paisagens utópicas virtuais. A imaterialidade, a fluidez, as reflexões, em diálogo com  o corpo e a identidade, servem de ponto de partida para a reflexão sobre a 

experiência contemporânea. Na sua prática sonora, concentra-se na criação de  ambientes oníricos, utilizando- os como ferramentas para escape da realidade.  Guilherme Curado é melancólico. Amor sem Fronteiras. É o mais ínfimo acidente, o  imaginar que há outro nascer do sol. 

https://guilhermecurado.bandcamp.com/album/for-better-times 

Gustavo Costa 

Nascido no Porto, em 1976, o seu percurso caracteriza-se por uma constante  permeabilidade a vários estilos musicais, mas com um denominador comum: a  experimentação e o constante desejo de renovação estilística. Ativo na cena  underground desde o início dos anos 90, manteve um interesse e atividade paralela  no meio académico, estudando percussão, tecnologias musicais, sonologia, teoria,  composição e media digitais, e lecionando em várias instituições de ensino superior  em Portugal. Num período de 30 anos, fez parte de inúmeras bandas e formações  de vários espectros estilísticos, colaborando com centenas de músicos em inúmeros  espetáculos distribuídos por vários pontos do globo. Nos últimos anos tem  concentrado grande parte da sua atividade na Sonoscopia, coletivo e associação da  qual é fundador e onde se dedica à exploração sónica através de vários formatos de  criação e colaboração. 

Após o seu primeiro disco de percussão a solo, “Entropies and Mimetic Patterns”,  lançado em 2020, em “Natura Mimesis” as técnicas de composição originais,  maioritariamente baseadas em transcrições musicais de fenómenos naturais, são  agora aplicadas a um espectro orquestral mais vasto, com a inclusão de três  músicos convidados cujas formações vão da música contemporânea à improvisação  livre. Clara Saleiro, na flauta, e João Dias na percussão têm sido colaboradores  regulares em diversos projetos, e a violinista Biliana Voutchkova é amplamente  conhecida pelo seu envolvimento no panorama da música experimental europeia.  “Natura Mimesis” foi construído em torno de pequenos motivos desenvolvidos em  sessões de gravação com estes três músicos convidados, e posteriormente  compostos por Gustavo Costa no seu estúdio, com ligeiros arranjos do material  original, processamento de áudio e contraponto eletrónico. Tal como em muitas das  composições de Costa, “Natura Mimesis” é uma reflexão introspetiva do mundo, onde o som é o gatilho para uma interpretação abstrata e individual. 

https://sonoscopia.bandcamp.com/album/natura-mimesis 

Sexta-feira, 26 de Julho, 19h30 

Jardim das Galerias Municipais – Galeria Quadrum 

Lebrija por Corraleras 

Resumo: 

Na derradeira sessão no jardim da Quadrum apresentamos o grupo de Corraleras que mantém vivo um cante e uma cultura específica de sevilhanas da terra de  Lebrija, na Baixa Andaluzia. 

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Lebrija por Corraleras 

O grupo Lebrija por Corraleras trazer-nos-ão a sua música de baile, dínamo de  seguidillas vernaculares e palmas, pandeiretas, almofariz, ânfora, voz e dança, ao  jardim da Quadrum. 

As Corraleras de Lebrija refere-se a uma tradição de sororidade que celebra um  cante e uma cultura específica de sevilhanas da terra de Lebrija, na Baixa  Andaluzia. Outrora encarado como uma espécie de rádio local, expressão e  transmissão das coisas da vida nos pátios partilhados entre vizinhas – “corralas” e  “corraleras” –, são as protagonistas da festa pagã Cruces de Mayo que  gloriosamente resiste e toma conta do pueblo no início de Maio.  

https://youtu.be/046fuqMVWzc?feature=shared 

Sábado, 27 de Julho, 16h00 – 20h00 

Jardim do Goethe-Institut Lisboa 

CRYSTALMESS 

SoundPreta 

Tikiman & Richard Akingbehin 

Resumo: 

Propomos uma matinée de vibração positiva, amplificada no soundsystem da  Modulartech instalado no jardim pra ocasião, com DJs sets de SoundPreta,  CRYSTALMESS e o live do lendário vocalista dub techno Paul St. Hilaire aka  Tikiman, servido pelo DJ Richard Akingbehin. 

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CRYSTALMESS 

Crystallmess é uma produtora e artista francesa cuja música se destaca  imediatamente pela sua sensação abrasiva de pista de dança. O seu impressionante  EP de estreia, “MERE NOISES”, foi reconhecido por Kode9, VTSS e Split da editora  PAN. Performer e artista multifacetada, Crystallmess foi curadora do Boiler Room,  Nova Mix, jornalista na Vice e residente da rádio NTS. No mundo da arte  contemporânea, tem sido programada para performances na Lafayette Anticipation,  no Centro George Pompidou, vai ter a sua primeira exposição na Tramway, uma  galeria em Glasgow e recentemente deu uma palestra em Harvard. No mundo da  moda, está também muito presente; depois de ter sido musa e membro do coletivo  em torno da marca TELFAR, cria as bandas sonoras para os desfiles da Marni e da  Nike. Os seus sets de DJ são intransigentes, variando do rap hardcore ao footwork,  e é regularmente programada em clubes e festivais internacionais de referência (Berghain, Dekmantel, primavera, Terraforma, Dour ou CTM festival). A sua devoção  à música clubbing e a sua natureza multifacetada fazem de Crystallmess uma força  imparável a ter em conta. 

https://youtu.be/8hKnsMfQwVQ?feature=shared 

SoundPreta 

A pesquisa sonora de SoundPreta começou em 2016 no Brasil, lugar de onde vêm  suas inspirações musicais. Este projeto começou em 2019 quando Lola já vivia em  Portugal, desde então Soundpreta atravessou muitas fronteiras para chegar a pistas  de dança, palcos, festas e espectáculos em cidades como Porto, Lisboa, Paris,  Berlim e Ponta Delgada. 

Na sua pesquisa sonora tem-se focado em beats mais urbanos e actuais como o  Trap, Grime e Drill, bem como o Funk Brasileiro e outras sonoridades electrónicas  como o Miami Bass, Footwork e Jersey Club.  

Como produtora, assina QUENGA, um evento urbano que pesquisa novas  tendências sonoras e celebra e privilegia corpos Quyr e BIPOC, e Making Love, uma  festa de R&B, neo soul, Lo-fi Trap e outras sonoridades cremosas. 

https://www.mixcloud.com/SoundPreta/ 

Tikiman & Richard Akingbehin 

O lendário vocalista e produtor de dub techno Paul St. Hilaire, também conhecido  como Tikiman, é um dos criadores do género, cantando em discos clássicos com  Rhythm & Sound, Vainqueur e outros. Desde então, tem colaborado com nomes  como Scion, Larry Heard, L.B Dub Corp e Deadbeat, e lançou um álbum a solo há já  muito tempo aguardado em 2023. St. Hilaire actua em conjunto com Richard  Akingbehin, co-fundador da rádio Refuge Worldwide e editor na da Kynant Records,  que lançou o álbum Tikiman Vol.1. 

https://www.youtube.com/watch?v=lh4bbl6kW84 

Sábado, 27 de Julho, 22h00 

farO 

Boredom Loop 

Vídeos de Animal Charm, David Askevold, Catherine Biocca, Bill Etra, Louise  Ledeen, Amy Lockhart, Copper Giloth, Ernest Gusella, Miguel Soares 

Um programa para um ecrã e um público sentado, construído a partir de um jogo de  permutações e recorrências obsessivas. 

Introduzido por Maria João Falcão.

 

Fonte:filhounico.com

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