No Futuro, a Oeste tudo de novo – The Minimal House

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Nada será como antes é uma das expressões que mais se tem repetido nos últimos tempos. A frase é comum, mas não deixa de ser verdade. Resistimos, inovamos e acreditamos.

Os dias diferentes de Abril e Maio trouxeram também algum tempo para desacelerar, fazer as perguntas que nunca fizemos, conhecermo-nos a nós mesmos. A quietude pode ser um presente que devemos levar enquanto compreensão e percepção para o futuro, ao mesmo tempo que recordamos que tudo pode mudar rapidamente na vida e que devemos ser gratos por cada momento que temos o privilégio de desfrutar.

A história mostra-nos que, desde o início da evolução da espécie humana, não é o mais forte que tem sobrevivido, mas o que se adapta. O que pode esperar-se após esta pandemia? Como é que vamos reagir?

Faço parte daquele grupo de pessoas que acredita que tudo é possível, seja o que for, é possível. Como quase tudo o que faço, também o projeto da The Minimal House no Bombarral foi uma obsessão. Um obsessão primeiro na ideia e depois na materialização dessa mesma ideia. Não gosto de perder tempo. Penso e executo.

Tudo começa com simplicidade e confiança. Sim, acredito na simplicidade e muito mais na confiança.  Do Bombarral sabe-se pouco. Um ponto de passagem entre Torres Vedras e Óbidos, essa jóia monumental. Mas nem sempre foi assim. Em termos de história, embora o nascimento do concelho de Bombarral remonte apenas a 29 de Junho de 1914, existem aqui vestígios de fixação humana desde os primórdios da pré-história: Gruta Nova, Lapa do Suão, fortificação neolítica da Columbeira e o Castro de São Mamede são disso bons exemplos. Com a formação de Portugal e por doação de D. Afonso Henriques, em 1153 os seus terrenos passaram a pertencer aos monges de Cister. Mais tarde, por aqui passaram e pernoitaram vários reis de Portugal e também D. João I de Castela. Aqui esteve D. João I de Portugal, antes da batalha de Aljubarrota, acompanhado do seu Manteeiro-mor, Luís Henriques, na casa da coutada, mais tarde paço e hoje Câmara Municipal.
No dia 17 de Agosto de 1808, palco da luta pela independência com a já afamada Batalha da Roliça, na qual o exército anglo-luso, comandado pelo General Wellesley, futuro Duque de Wellington, se sagrou vencedor.

Desta forma fica o Bombarral associado à formação da nação e da luta pela independência e libertação. Já no século XX, a vida do Bombarral foi apimentada por alguns notáveis. Inevitavelmente, de Abel Pereira da Fonseca, um bem-sucedido comerciante de vinhos do séc. XX. Comprava vinho por todo o país, incluindo vinho do Porto, para o distribuir por mais de 100 armazéns. Até que chegou o momento de ir mais longe e Abel adquiriu três quintas no Bombarral – Quinta das Cerejeiras, Quinta do Sanguinhal e Quinta de São Francisco – para dar início à produção própria de vinho.

Nesta terra de “Bom Barro”, Abel plantou as primeiras vinhas nos anos 1920’s com algumas ideias inovadoras para a época: vinhas aramadas e separadas por castas, possibilitando que  Fernando Pessoa se deliciasse com os néctares das quintas do Senhor Abel.

Assim se mistura a minha história com esta história contada pela voz do meu pai que nos seus tempos de barbeiro ia à Quinta do Sanguinhal acertar o cabelo e fazer a barba ao patrono mesmo antes da hora do jantar. Assim cresci. Também numa casa no Bombarral, com estas e outras histórias.

A The Minimal House no Bombarral era a casa dos meus pais e a minha casa em criança. Hoje é um sonho tornado realidade e uma forma de manter estas memórias vivas. Partilhá-las abertamente com todos os que a visitam, é a forma de me reconectar com o meu passado perpetuando o que foi a minha origem e parte da minha história. As minhas melhores memórias vêm desta casa. Nunca esquecemos as memórias de infância. Uma casa cheia de histórias. Objetos e espaços que nos transportam no tempo. De uma casa antiga, desenhámos um espaço moderno e confortável cheio de paixão. A paixão e o calor de bem receber dos portugueses.

No Bombarral, ficando mais tempo aprende-se mais. Aprende-se a apreciar os detalhes e compreender o seu passado, que inevitavelmente moldou parte do seu presente. Hoje a The Minimal House é parte do seu presente e o ponto de partida para experiências sem fim e atrações para descobrir. Buddha Éden Parque, Dino Parque, ondas fantásticas para surfar em Peniche (Baleal e Supertubos) e Ericeira, caminhar ou andar de bicicleta na serra do Montejunto e, claro, boa comida e vinhos portugueses para provar.

The Minimal House, aposta num design minimalista. A decoração é simples e confortável. A The Minimal House quer que os hóspedes se sintam em casa. Um lugar para usufruir devagar, relaxar e desfrutar da The Minimal House com a mesma paixão com que a preparámos para os nossos hóspedes.

Nada faria supor que o mundo ia parar. Mas parou. Neste recomeço todos estamos a ter uma resposta paradoxal à crise: ansiedade, conexão, inspiração, força, fraqueza, frustração, gratidão. Nessa tensão, reside uma poderosa fonte de energia para pensar, fazer e ser melhor, connosco e com os outros. A sociedade reorganizou-se e inventaram-se soluções para enfrentar os desafios económicos, sociais que o ritmo do vírus nos impôs.

Um momento também de oportunidades. Quando tudo parece piorar é a melhor altura para te reinventares. Incentivar a curiosidade com o que está a acontecer dentro e fora de nós pode ser uma fonte de grande conforto e de inspiração. É verdade que não existe uma fórmula mágica para o sucesso. Mas, é igualmente certo que podemos recorrer ao que aprendemos com outras crises e momentos de disrupção. Já há quem divida a relação dos negócios e das pessoas com esta crise em cinco fases: negação, disrupção, resolução, reconstrução e reimaginação. A última é o teste final à resiliência e sobrevivência das pessoas das ideias e dos negócios.

E sim, estamos na altura certa para fazer crescer os nossos projetos e ter uma atitude positiva e de reconstrução.

Despertámos e reconstruímos.

O paradoxo subjacente é que, ao mesmo tempo, precisamos estar distantes um dos outros para garantir o futuro, provavelmente nunca estivemos tão conectados e unidos como estamos hoje. Mantemos a distância social, mas continuamos juntos. A vida nunca se faz só e estes foram tempos de união e de partilha de esforços. Em conjunto com outros Alojamentos Locais do Bombarral ensaiarmos um aumento da escala comunicacional em torno dos nossos projectos na esperança de atrair mais público ao Bombarral neste momento pós recolhimento. A criação de hastags partilhados entre alojamentos, potencial local (produtos, atrações, restaurantes, etc.) não descurando, naturalmente, a administração local, bem como a criação uma página de Instagram Visit Bombarral são já as ações em curso.

 

Aqui ficam alguns locais a visitar perto da The Minimal House e algumas experiências a não perder na próxima visita ao Oeste e ao Bombarral.

  • A estação de comboio é um grande spot.

Desde os tempos movimentados das vinhas e dos vinhos, é agora um local sereno cheio de história onde se pode admirar os azulejos que decoram as paredes.

  • O parque 

Nós por cá chamamos a Mata, é um fantástico lugar para recarregar baterias. É um jardim municipal em forma de mata selvagem. Vai desde a igreja do Santíssimo Salvador do Mundo até à praça do município. Um lugar fresco e verde para descobrir.

  • As quintas e o vinho são coisas sérias aqui.

A não perder. Quinta das Cerejeiras, Quinta dos Loridos, Quinta do Sanguinhal, Quinta da Várzea da Pedra e Quinta do Gradil são as mais conhecidas e as escolhas mais comuns. Estão abertas ao público com vistas e provas de vinhos.

  • Santuário do Bom Jesus do Carvalhal

Baseado na lenda do Senhor Jesus, a igreja de São Pedro do Carvalhal é bastante imponente. Um lugar de oração de merendas de domingo. Na pequena aldeia do Carvalhal encontra-se a torre nobre construída no século XIV pela família Lafetá. Neste lugar selvagem ainda permanece a capela da Nossa Senhora do Socorro, construída no Século XVI, tendo servido nos séculos seguintes como estalagem para os viajantes que passavam pela aldeia.

  • Seja global e experimente um pouco da Ásia numa terra de vinhas no Buddha Eden Garden.

A ideia foi criar um parque para dar a conhecer todas as religiões do mundo e tratá-las com igual respeito.

  • Viaje no tempo no Dino Park.

Com cerca de 2,5 quilómetros, é uma viagem de cerca de 400 milhões de anos, por diferentes períodos da história da Terra. Nestas rotas podem ser observados mais de 180 modelos de dinossauros de tamanho real, construídos em estreita cooperação com cientistas de todo o mundo, constituindo modelos de alto padrão científico.

  • Andar nas muralhas do castelo de Óbidos.

Uma parte do dote das rainhas de Portugal durante séculos, Óbidos tem um charme próprio. A arquitetura medieval, o cenário incrível e as pequenas lojas, cafés e a ‘ginjinha’ fazem de Óbidos um lugar obrigatório para visitar enquanto estiver em Portugal. Caminhar na muralha do castelo da vila medieval de Óbidos é o melhor programa da vila. É uma atividade gratuita e a melhor vista da vila e das paisagens circundantes.

  • Mergulhe nas águas claras da ilha das Berlengas.

A reserva da biosfera da Berlenga fica a cerca de 11 km do porto de Peniche. Encontre manifestações únicas de espécies animais e vegetais, bem como beleza e paisagem únicas. Este lugar é um paraíso.

  • Vinhos passado e presente.

Os vinhos desta região têm mais de 100 anos de história. Quinta do Gradil, Quinta das Cerejeiras, Quinta da Várzea da Pedra e Quinta do Sanguinhal são escolhas extraordinárias em toda a casa. A região oeste de Portugal é uma das regiões turísticas com maior potencial. A escolha entre o mar e as colinas oferece uma variedade de opções. Visite os locais históricos e para conhecer o processo de produção do vinho, comece nas vinhas, passando pela adega e terminando na sala de degustação ou na loja de vinhos. Uma visita agradável em um ambiente único.

  • Vá surfar nas ondas da costa oeste em Peniche ou Baleal.

Nunca mais será o mesmo. Se for iniciante, escolher uma escola de surf é essencial.

  • Compre frutas e vegetais diariamente no mercado de Caldas da Rainha.

É realizado todas as manhãs até às 13h00 na Praça da Fruta (o melhor é sábado e domingo). É uma atmosfera única. Junto com as frutas locais, é possível encontrar cerâmica e artesanato produzidos por artesãos locais. Um mercado de segunda mão acontece todas as segundas-feiras.

  • Faça piqueniques, caminhadas ou ciclismo no coração da serra de Montejunto.

A Serra de Montejunto é um playground natural do outro lado da casa. A Serra de Montejunto possui uma variedade de trilhas a serem exploradas, com inúmeras paisagens espetaculares para observar e fotografar. Um dos lugares mais espetaculares é a Real Fábrica do Gelo, localizada ao lado do parque de piquenique. Construído por volta de 1741 para satisfazer o gosto gastronómico de luxo do rei de saborear sorvetes ou bebidas geladas. Primeiro, o gelo era transportado nas costas dos animais, para descer a montanha, depois segue em vagões para chegar, o mais rápido possível, aos “barcos de neve” ancorados em Vala do Carregado. Estes barcos completaram o circuito de gelo, transportando-o para Lisboa, a capital do reino.

Por Francisco Cipriano

Fotos Galeria: Tobiasllsanker

 

RESERVAS:

AIRBNB

BOOKING

www.theminimalhouse.pt

 

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