Revista Bica nº0 – Ebook

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Descrição

“A luz vinha devagar Através do firmamento… Vinha e ficava no ar, Parada por um momento, A ver a terra passar No seu térreo movimento Depois caía em toalha Sobre as dobras da cidade; (…)”

Miguel Torga

É de luz que falamos nesta edição inaugural da Bica. Da luz de Lisboa, que Tanner viu branca com a quase imediata indignação de Mário de Carvalho disposto “a jurar e a declarar notarialmente que branca não é.” Como poderia ser branca, se para ele “a cidade, descontando o grená rugoso dos telhados, varia entre os rosa-suaves, os verdes-esbatidos, os amarelos-doces, em milhentas tonalidades que não fazem mal à vista.”

Foi Cardoso Pires que acabou com a polémica: “em poucos lugares como este de tantas cores cada cor é feita”. Feita por cada um de nós, acrescentaríamos. Milhentas cores tem Lisboa, por isso não estranhem a nossa capa. Não estranhem, porque foi pensada para dar luz à Bica e a cada um dos muitos colaboradores e amigos que a tornaram possível.

O António Filipe Pimentel, que tanto nos incentivou e a quem fazemos uma grande entrevista sobre os 6 anos que leva à frente do Museu Nacional de Arte Antiga e que mudaram a imagem da Casa dos Tesouros de Portugal; a Joana Sousa Monteiro, directora do Museu de Lisboa, a quem convidámos para escrever sobre a exposição que coordenou sobre o inspirador tema Luz de Lisboa; o Embaixador Francisco Seixas da Costa, que nos guia através das sombras da cidade; a Alexandra Markl, a Susana Campos e a Teresa Serra e Moura que escrevem sobre a maravilhosa transformação na luz da “Adoração dos Magos” de Domingos Sequeira, após o seu restauro; o Miguel Simão que, através da sua câmara, nos mostra o seu olhar de Lisboa; o Professor Galopim de Carvalho, que aceitou contar-nos a história de uma vida dedicada ao estudo do chão que pisamos; a Graça Canto Moniz que conversou com a Embaixadora de Israel em Portugal sobre o nosso país; o Nuno Costa Santos, que aceitou o desafio de legendar as fotografias do nosso Coronel fotógrafo António Conde Falcão; a Bárbara Bulhosa com quem conversámos sobre edição, literatura, política e muito mais; o Francisco Mallmann que, do outro lado do Atlântico, nos enviou um excelente ensaio literário; o André Serpa Soares que nos escreve sobre a Lisboa que ama; o Moullinex, que nos conta como começou a fazer a música que anima as noites da cidade; o André Pinguel que nos mostra que os vinhos também têm música; o Pedro Santo Tirso que relembra a receita de Dry Martini de Buñuel; o Frederico Falcão, director do Instituto da Vinha e do Vinho, que anuncia os caminhos de futuro para os vinhos portugueses; o António Ferrari que nos alerta para os perigos da informação não filtrada da internet e, sobretudo, das redes sociais.

Uma palavra especial de agradecimento ao Jorge Barrote, extraordinário artista plástico e fotógrafo, autor da imagem gráfica da Bica e da fotografia que ilustra este passeio pela revista; ao Fernando Madaíl, jornalista de excepção, pelas ideias, pela força e pelos dois textos brilhantes que escreveu para esta edição; ao Jorge Almeida, pelas belíssimas ilustrações que, com uma absoluta disponibilidade, acedeu a desenhar para a nossa Revista. A todos os outros cuja colaboração encontrará nesta edição e que não constam deste resumido texto. A todos o nosso obrigado.

Para terminar, queremos que saiba que, em cada edição, num caderno especial, a Bica convida-o a visitar outra região do país. Começamos por Viseu, a capital da Beira Alta, que nas últimas décadas se tem vindo a transformar na cidade mais cosmopolita do interior.

Até à próxima.