Nome vulgar: coquito-do-Chile
Esta palmeira, com origem no Chile, foi descrita por Charles Darwin como uma “planta muito feia”. No entanto, devido ao seu porte emblemático (pode atingir 30 metros de altura e o espique pode atingir um metro de diâmetro), à disposição das suas folhas e à sua simplicidade, é por muitos considerada a palmeira mais bonita do mundo.
Espécie de crescimento muito lento, só floresce com cerca de 40 anos de idade. Apresenta um espique colunar, simples, robusto, com ritidoma cinzento quase liso, folhas de inserção espiralada, flores unissexuais, de cor amarelada-purpúrea. Os seus frutos são drupas, inicialmente verdes, passando, quando amadurecem, a amarelos.
Conhecida por coquito-do-Chile, é utilizada pelo seu valor ornamental e pelo seu interesse alimentar. Da sua seiva, rica em açúcar, obtém-se o mel de palma. Se fermentada, pode ser feito vinho de palma. Da semente extrai-se óleo e as suas folhas têm utilização para coberturas de cabanas e cestos. Dos segmentos das folhas retira-se resina vegetal.
Esta palmeira era muito abundante no Chile, mas, devido a vários séculos de exploração intensiva com abate para obtenção da seiva, é atualmente uma espécie ameaçada. Está classificada como vulnerável no estado de conservação na natureza da espécie, de acordo com a Lista Vermelha da International Union for Conservation of Nature (IUCN). Esta lista estabelece as seguintes categorias: estatuto de ameaçadas (criticamente em perigo, em perigo, vulnerável) ou em vias de extinção (extinto na natureza) no seu habitat natural.
Deve-se ao rei D. Fernando II (1816 – 1885) a introdução desta espécie em Portugal. D. Fernando II apreciava parques românticos, tendo sido responsável pela criação de duas obras paisagísticas emblemáticas: a Tapada das Necessidades, em Lisboa, e mais tarde o Parque da Pena, em Sintra.
Este monarca fomentou o gosto pela botânica associado ao colecionismo, tendo sido um dos responsáveis, juntamente com o jardineiro francês, Bonnard (1797 – 1861), pela introdução de uma grande diversidade de espécies exóticas nos nossos parques e jardins.
Atualmente haverá menos de uma dezena de exemplares em Portugal. No Parque Botânico da Tapada da Ajuda existe um exemplar emblemático de Jubaea chilensis.
Referências:
Azambuja, Sónia Talhé – “Real Quinta das Necessidades: um fio condutor na arte dos jardins em Portugal”. In: Castel-Branco, Cristina (Coord.) – Necessidades: Jardins e Cerca. Lisboa: Livros Horizonte/Jardim Botânico da Ajuda, 2001, pp. 129-151 (ISBN 972-24-1174-8).
Vasconcelos, T., Soares, A.L., Cunha, A.R., Forte, P. & Arsénio, P. (2018, Novembro). Jubaea chilensis. Parque Botânico da Tapada da Ajuda, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa. 2 p.
Figura 1 – Jubaea chilensis no Parque Botânico da Tapada da Ajuda (fotografia de Paulo Forte)
Texto: Ana Luísa Soares e Ana Raquel Cunha
Fotografia: Paulo Forte