“Mesmo quando contemplo o pôr do sol que me sabe sempre a domingo, a chuva num dia escuro, o frio que me gela ou um vento diáfano, sei que tudo isso é o clima percetível pelo meu mundo sensorial, mas quando olho para cima, vejo sempre o céu, quer faça chuva ou faça sol. É esse céu alto e indelével que me faz perceber que, tal como ele, nós estamos acima, meros observadores de todo o rebuliço de um clima agitado, ele não nos atinge, nem nos define. Ele, na embriaguez da sua luz, ou na poesia da sua opacidade, ensina-nos que no final, somos nós que traduzimos o mundo exterior em felicidade ou infelicidade. Em silêncio ontológico, a escolha é sempre nossa! ”
