A Casa das Histórias Paula Rego (CHPR) celebra este ano o seu décimo aniversário, que vem sendo celebrado num programa preparado pelo Serviço Cultural e Educativo do Bairro dos Museus de Cascais. Nesta sua existência, o museu acolheu mais de 30 exposições, entre pintura, gravura e desenho de Paula Rego, tendo recebido cerca de 630 mil visitantes, nas palavras de Catarina Alfaro, coordenadora da programação e conservação do museu, “Durante esta década de existência, as exposições realizadas na Casa das Histórias Paula Rego contaram com colaborações e parcerias com outros grandes museus internacionais, que muito contribuíram para a afirmação da singularidade e importância deste museu dedicado à mais reconhecida artista portuguesa contemporânea”.
No âmbito desta comemoração está patente a exposição “Paula Rego: Olhar para dentro”, com curadoria de Catarina Alfaro, que incide no trabalho em gravura da artista, começado nos anos cinquenta, mas que atinge a maturidade após 1980. A gravura permite à artista contar uma multiplicidade de histórias nem sempre possível nos quadros a óleo, nomeadamente com séries temáticas. A exposição reúne uma grande parte da obra gráfica da artista, bem como desenhos preparatórios para a execução das gravuras, chapas de cobre do processo de gravação e trabalhos de gravura mais recentes e menos conhecidos.
A CHPR integra o Bairro dos Museus de Cascais, sendo gerido pela Fundação D. Luís I, presidida por Salvato Teles de Menezes, que refere a sua importância para a vila de Cascais “É de salientar o papel que a Casa das Histórias Paula Rego, a par de outros equipamentos, como o Centro Cultural de Cascais e o Museu Condes de Castro Guimarães, desempenha como motor das atividades culturais e artísticas desenvolvidas no âmbito do Bairro dos Museus, cuja criação se deve à iniciativa do executivo da Câmara Municipal de Cascais”.
A CHPR deve a sua origem a um protocolo firmado entre Câmara Municipal de Cascais, através do seu presidente Carlos Carreiras, e a artista, possível dado “o excecional relacionamento que mantemos com Artista e Família, em especial a partir do momento em que tive o gosto de me deslocar ao ateliê de Londres para assinar o contrato que ainda está vigente e que, em breve, será substituído por outro praticamente idêntico e com a mesma duração de dez anos.”
“Com a Casa das Histórias, dir-se-ia que Eduardo Souto de Moura se aproxima de uma abordagem ‘regionalista’, distanciando-se do abstracionismo moderno dominante na sua obra. Um regionalismo, todavia, não crítico e estranho ao significado de ‘resistência’ que justificou outras abordagens no Portugal dos anos oitenta do século passado. Neste espaço museológico para Cascais, Souto de Moura associa determinados dispositivos formais a heranças de composição arquitetónica, fórmulas de implantação e usos de escala que se podem facilmente contextualizar numa geografia muito particular. A proximidade com a obra de Raul Lino acontece, portanto, num enquadramento paisagístico ‘a Sul’, sem expedientes decorativos e despojada de recursos pitorescos.”
Ana Vaz Milheiro
“É uma honra para mim assistir, ainda que longe, às comemorações do 10o Aniversário do museu que me é dedicado. Aguardo com expetativa a continuidade deste valioso projeto, em colaboração estreita com a Câmara Municipal de Cascais e a Fundação D. Luís I, através da assinatura de um novo contrato com a duração de dez anos. Quero ainda agradecer a todos aqueles que têm contribuído para o êxito alcançado na Casa das Histórias Paula Rego”
Paula Rego
Por João Albuquerque Carreiras