Ignoremos um dos primeiros clássicos portugueses, o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela, escrito por D. Duarte, Rei de Portugal e do Algarve e Senhor de Ceuta, no longínquo ano de 1438, e um best-seller de todos os anos, o Código da Estrada, cujo primeiro exemplar, de 1928, custava 25 tostões.
O viajante, alfacinha ou forasteiro, deve apreciar Lisboa sem se preocupar com rédeas nem com volantes, mirando a paisagem em transportes urbanos de aluguer ou de bilhete. Vamos também fazer de conta que por estes séculos todos a maioria dos que por aí perambulavam não tinham pileca magra nem sequer um par de botas e pisavam as ruas de lama ou de pedra da cidade da lenda de Ulisses e da conquista de Afonso I de pé ao léu. Adiante.
Desde sempre, o manuelino dos Jerónimos e da Torre de Belém, as sete colinas e o casario alfacinha, o Castelo da Reconquista e os Terreiros do Poder, com os diversos tons que os iluminam ao cair do dia, ao correr das estações, podem ser admirados a partir do Tejo, nas naus de volta das Índias ou nos cacilheiros de agora, nos vapores onde partiam emigrantes para Belém ou Benguela e nos paquetes em que regressavam os fardados que tinham andado aos tiros em Nambuangongo ou em Tete, nas canoas do fado ou nos veleiros transatlânticos.
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Texto por: Francisco Madaíl
Ilustração por: José Almeida