Corona-vírus

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“Desgovernado”, o povo brasileiro confia muito mais em outros líderes, nos profissionais de saúde e na solidariedade! O que conhecemos aqui como o “espírito brasileiro” está como nunca cristalino. Como um vírus, se espalham a solidariedade, os exemplos, e uma corrente de muita fé. Estamos pedindo aos Céus a proteção que nossa estrutura de governo não consegue. Apesar de termos aqui o SUS – Sistema Único de Saúde, que o governo ainda não destruiu, mas fez ameaças – talvez a marca mais importante deste país -. Mostra-se efetivo e provoca esperança a todos, afinal, há uma enorme credibilidade da instituição junto à opinião pública.

O presidente de um número considerável de cidadãos – não a maioria – esnobou a crise. Disse que era histeria apesar de sua comitiva ter sido atingida em recente viagem à Flórida, num encontro à base de contaminação com Trump. Já são 22 os que pegaram nas mãos (e outras partes, imagino) e que trouxeram o vírus no avião presidencial. Ainda ontem, no twitter ele esnobou ao dizer que todos os membros da comitiva passam bem. Jamais se deu conta de que essas pessoas podem ter contaminado uma série de outras, entre familiares, amigos e funcionários.

Uma ressalva: nosso Ministro de Saúde, é o mais lúcido de todos eles. Tem construído um protagonismo importante. As pessoas, quase totalidade o respeitam, menos o presidente! O que nos restou diante dessa imbecilidade? Ouvirmos líderes confiáveis e que em seus países tomaram atitudes convincentes ou pelo menos não negligenciaram a realidade. E depois, a chamada “mão na massa”. Como se deu isso?

O cidadão brasileiro começou a replicar nas redes sociais os maus exemplos dados pela Itália e os bons, vindos da Coreia do Sul. A mobilização se deu e se dá com cada um fazendo a sua parte e, de certa forma, se blindando, ficando em casa, lavando muito as mãos e evitando ir aos centros de saúde e hospitais. Neste país, de catastróficas diferenças sociais há no entanto um grande temor. A periferia nos grandes centros e as favelas urbanas. Ali não se tem acesso ao álcool gel, ao conhecimento e em alguns casos, sequer tem água para o procedimento básico de lavar as mãos.

Existe o temor da proximidade do inverno. Frentes frias já estariam em deslocamento trazendo em seu bojo as primeiras massas de ar polar. O calor deste verão parece estar atenuado ainda a proliferação do corona vírus, o frio causa temor maior! Milhões residem nessas condições e muitos deles pagarão com a vida o preço da desigualdade social. Ou seja: vítimas de fato! Temos por aqui alguns registros que envolve a benevolência.

Entre eles, artistas da música e do teatro que executam performances pela rede social (shows gratuitos); livrarias abrindo seus sites; professores e aplicativos ofertando programas infantis de entretenimento; vizinhos mais jovens se dispondo a fazer compras aos mais idosos. Essas coisas bonitas que saem da alma em direção a outra alma. Há um trabalho digno de registro.

A cobertura da grande mídia, tão execrada pelos apoiadores do presidente. O jornalismo brasileiro tem feito relevante trabalho de orientação. E é exatamente por estes veículos que nos chegam manifestações de líderes mundiais, com senso de responsabilidade mais evidente e que ao alertarem seus compatriotas, ultrapassam fronteiras e nos alertam também! Há uma gratidão ainda digna de registro. A solidariedade de vocês amigos europeus. A cada dia recebemos textos e vídeos nos alertando com mensagens de façam isso, não façam aquilo.

Viajam, através dos continentes, mensagens de alerta, de orações e muito amor, amor sem fronteiras.

Carlos Henrique Roncalio

Jornalista da Rádio Página 2 – Canal Digital

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