O átrio da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian recebe, até final de maio, As Mulheres de Maria Lamas, uma exposição que mostra, pela primeira vez em Portugal, a obra fotográfica da jornalista e escritora, pedagoga e investigadora, tradutora e fotógrafa, lutadora pelos direitos humanos e cívicos em tempos de ditadura.
Com curadoria de Jorge Calado, a mostra celebra os 75 anos da obra As Mulheres do Meu País de Maria Lamas (1893–1983), marco monumental do jornalismo e da literatura portugueses do século XX, de elevado interesse histórico e antropológico, publicada em fascículos entre 1948 e 1950.
Tendo sido, porventura, uma das mais notáveis mulheres portuguesas no século XX e, apesar de perdurar uma certa memória da sua afirmação e ação políticas durante o Estado Novo e do seu exílio em Paris, a verdade é que a sua obra literária e jornalística está praticamente esquecida, com muito poucos dos seus livros disponíveis no mercado.
A sua limitada, mas extraordinária, obra fotográfica, nunca foi exibida em Portugal, mas é agora o foco desta exposição. As Mulheres de Maria Lamas reúne uma seleção de 67 das suas fotografias, maioritariamente provas vintage (da época), de pequenas dimensões, mas também algumas ampliações, assim como provas da época de outros fotógrafos incluídas na obra Mulheres do Meu País.
Além das imagens, a mostra expõe ainda objetos pessoais de Maria Lamas, bem como o seu retrato pintado por Júlio Pomar, em 1954, e o busto em gesso esculpido, em 1929, por Júlio de Sousa. A secção destinada à obra literária e jornalística inclui exemplares de primeiras edições dos livros fundamentais, literatura infantil, poesia e ficção, traduções e algum jornalismo.
Quarta a segunda, das 10h às 18h