A tília é uma árvore de elevado valor paisagístico, caracteriza-se pela dimensão exuberante da copa redonda bem formada, que encanta com a sua presença. É muito frequente encontrar esta árvore nas ruas e jardins de Lisboa (621 exemplares identificados só nos
jardins históricos públicos, excluindo as dearruamento).
Particularmente no verão, a tília é muito apreciada pela suave, fresca e perfumada sombra. Do género tília existem mais de 30 espécies diferentes. No levantamento arbóreo de 64 jardins e parques, realizado em 2014, no âmbito do Projeto LX GARDENS – Jardins e Parques Históricos de Lisboa: estudo e inventário do património paisagístico (coordenado pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa e financiado pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia), das 27 610 árvores referenciadas foram identificados dez espécies de tília (Tilia caroliniana, T. cordata, T. dasystyla, T. x euchlora, T. x europaea, T. x moltkei, T. T. negleta, T. oliveri, T. plathyphyllos e T. tomentosa) que correspondem a 621 dos espécimes do género tília (Vasconcelos et al, 2017). A tília apresenta diversas utilidades, como a propriedade calmante da infusão das suas folhas e brácteas;
a potencialidade da sua casca para fins medicinais, sendo esta mesma casca também utilizada para obtenção de fibras empregues
na confeção de cordas. A madeira é macia e leve, de textura uniforme, excelente para ser talhada, pelo que é muito utilizada por escultores e fabricantes de estatuetas.
A fotografa de destaque é de uma tília-de-folhas-pequenas (Tilia cordata Mill.), da família das Malvaceae. Árvore de folha caduca, que pode atingir uma altura de 30 metros mas com crescimento lento. Originária do Centro e Sul da Europa e Oeste da Ásia. As suas folhas com 3 a 6 cm de comprimento, são cordiformes e um pouco assimétricas na base, de cor verde escura e glabras na página inferior. Apresenta fores de dimensão pequena, cor branco creme ou amareladas, muito aromáticas e reunidas em cimeiras (inforescência com o eixo principal de crescimento limitado) com 4 a 15 fores e com foração de julho a agosto. Fruto com cerca de 6 mm, globoso. Caracteriza-se pela sua casca cinzenta escura, lisa ou fendida longitudinalmente nos exemplares mais velhos.
Texto e Fotografia por:
Ana Luísa Soares
Ana Raquel Cunha