Violinos ao Luar…

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Maria dos Santos Alves nasceu em Viseu, ao cair da folha de 1976. Licenciada em Relações Públicas reside em Lisboa desde 2003. Em Viseu e Lisboa, locais de sua eleição por motivos óbvios, reside a essência dos seus poemas, entre o campo e o mar. Valoriza na sua escrita o ser humano, a vida e os sentimentos que tudo conjuga. No seu currículo conta já com dois livros infantis publicados e três de poesia.

A temática da sua escrita aborda essencialmente a alma, a existência, a natureza, a vida, o destino, algum misticismo e o amor. A poesia é no seu ver a essência da alma no ser e no sentir em constante relação e mutação com o que nos rodeia. “A poesia é um fruto com muitos sabores e perfumes”, é assim que gosta de pensar e fluir nos seus versos.

Começou a escrever em tenra idade, aliás o seu imaginário infantil já escrevia mesmo antes de saber ler e escrever. Segundo a autora, na sua infância foi uma criança sonhadora e gostava de inventar cenários e criar histórias, principalmente que envolvessem a natureza. Há medida que foi crescendo, a sua escrita tornou-se mais poética e os momentos consigo mesma eram passados a escrever poemas que ia guardando na gaveta. Segundo as suas próprias palavras “A vida prega-nos muitas partidas e por vezes somos atraiçoados pelas necessidades e por termos de submetermos às prioridades da vida e a poesia não se tornou numa delas, deixando de escrever. Estive cerca de quase 11 anos sem escrever um único verso. Em 2011, por mais um acaso da vida dei por mim agarrada a uma folha de papel e a escrever um poema, seguido de outro e de outro e de outro e foram tantos no espaço de uma semana que comecei a publicá-los em blogs de poesia, nomeadamente num, pertencente à Corpos Editora e assim surgiu o primeiro livro “Palavras ao Vento”. Um livro que não é uma referência poética, mas que para mim tem o real significado de me ter agarrado novamente à poesia e à escrita. O facto de o ter publicado comprometeu-me com a escrita, no sentido de crescer e melhorar em cada livro que publique.”

O Grito Oculto, editado em 2014 é o livro com o qual a poetisa faz um pacto com a palavra, onde através da prosa poética e poemas evidencia a sua essência na escrita. É um livro construído de momentos. Cada poema…um momento. O texto que talvez melhor defina este livro, é o “Porque escrevo? Escrevo por escrever…”, publicado na página 17 do “Grito Oculto”. Todo o conteúdo do Grito Oculto não nasceu para ser livro, são momentos, pequenos gritos da alma, “aliás o que é a poesia se não um estado de alma, por vezes amena, por outras tempestuosa.”Francisco Valverde Arsénio, prefaciador do livro Grito Oculto refere-se ao conteúdo da seguinte forma: “ Há um desejo de mar, de voar, de partir e de chegar que atravessa a maioria dos poemas e da prosa, há um misto de saudade e conformação, há uma mistura saudável de sentimentos reais e de sonhos por realizar. A poetisa dá-lhe um ritmo muito próprio, muito específico, como se abraçasse a palavra na simbiose poesia-poema.”

Em 2016 é editado o livro de poesia “Violinos ao Luar”, chancela da Chiado Editora, tal como o Grito Oculto. Segundo a autora, Violinos ao Luar é um livro com muita harmonia, é um “sorriso com muita luz lá dentro” (tal como Eugénio de Andrade define o sorriso no seu poema). José Carlos Moutinho define Violinos ao Luar da seguinte forma: “ Há na poesia que se aconchega neste livro, para além da beleza subjectiva da metáfora, um desejo imenso de voar como as aves, folhas maduras, num desassossego feito de asas e que, nos silêncios se colam aos ramos das sólidas árvores.”

 

 

Sinopse Violinos ao Luar:

 

Há momentos em que me apetece:

leituras curtas…

escritas curtas…

palavras pequenas…

pequenas coisas…

coisas pequenas…

um olhar simples…

uma simples mão…

sem anéis de metáforas.

pequenas coisas,

coisas pequenas,

como a fotografia

monocromática

de um sorriso

ou de uma lágrima.

como o olhar

desta ave…

que agora passa.

 

 

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