Conversa da China

1277 views

Tatiana Salém Levy tem jeito de menina. Talvez seja do ar descontraído com que se aproxima ou do sorriso sincero com que nos cumprimenta, mas deixa-nos uma sensação estranha de regresso à adolescência. No resto, nada indica que seja carioca, mas é. Ou melhor, é alfacinha de papel assinado e tudo, mas apenas porque nasceu em Lisboa, no exílio, durante a ditadura militar, porque a infância e a adolescência, essas viveu-as abençoada pelo generoso sol do Rio de Janeiro.

“Nasci no exílio em Portugal, de onde séculos antes a minha família havia sido expulsa por ser judia. […] Nasci fora do meu país, no inverno, num dia frio e cinzento”, escreve Tatiana no seu primeiro e tão elogiado romance “A Chave da Casa”, uma espécie de autoficção em torno da história de uma família judia que, expulsa de Portugal na época da Inquisição, vai viver para a Turquia e depois para o Brasil. Uma família que podia ser a sua, mas não é, ou talvez seja… Mas também a quem interessa isso? “A Chave da Casa”, assim como “Dois Rios” e “Paraíso” são belíssimos romances, todos eles inspirados em pedacinhos de memórias da infância e adolescência de Tatiana Salém Levy, mas cheios de imaginação e de fortes mensagens de preocupação política e social. E isso é algo que lhe está no sangue ou não fosse filha de um professor de filosofia e de uma mãe jornalista, perseguidos pela ditadura militar brasileira.

Doutorada em Estudos de Literatura pela PUC do Rio casou com um português, e vive em Lisboa, onde continua a escrever pausadamente como gosta, com saudades dos amigos do Rio e da informalidade carioca, mas conquistada pelo silêncio e pela tranquilidade da capital portuguesa.

Ler a entrevista na íntegra aqui

Por: João Moreira

Fotografia:Pedro Loureiro

Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Mais informação

Se não pretender usar cookies, por favor altere as definições do seu browser.

Fechar